No Evangelho de Mateus, a opção fundamental dos discípulos de Jesus é viver as bem-aventuranças. Elas são como uma “porta estreita” (Mt 7,13). No Evangelho de Lucas, a expressão está mais no contexto do discipulado: seguir Jesus no caminho para Jerusalém é perigoso (Lc 13,22). Em ambos os textos, se trata da salvação. Salvar-se é a meta prioritária da vida. A salvação é como uma porta estreita aberta a todos, mas poucos a procuram. Pode se fechar de repente e não mais se abrir.
Salvar-se exige garra, esforço e urgência. É preciso empenhar-se com vigor! A porta estreita é oposta à porta larga. Ambas se abrem para a própria estrada. O caminho depois da estreita é difícil, nada convidativo aos sentidos. Renúncias, sacrifícios, incômodos, choro e lágrimas. Já o caminho depois da porta escancarada parece fácil e atraente: prazeres, risos, conforto e festas. É o preferido. Além disso, para os maus tudo parece ir bem; aos bons tudo sai mal.
Entretanto a vida muda. A escolha impensada engana e traz arrependimentos tardios. O caminho estreito pode se alargar, abrindo-se a horizontes de alegrias mil, e o largo pode se estreitar em mil tristezas. A contraposição entre os dois caminhos é a mesma entre o bem e o mal. Esse dualismo moral está na literatura universal. As opções particulares e as da vida social dependem dessa escolha entre bem e mal. Esta escolha é o componente ético inevitável do ser e do conviver humano correto e sábio. Vem daí a indignação, o asco contra a corrupção política, que envenena as instituições, anula a democracia, degrada a dignidade da vida pública, corrói a fidelidade a tudo o que é justo, honesto e bom. É a porta larga!
A própria vida ora é porta larga, ora é estreita. Aqui e ali, nos atraem ilusões, sonhos, fantasias, quimeras, tentações e seduções. Sugestões como: faça o que você gosta, é hora de curtir, arrebentar a boca do balão, aproveitar a chance! Buscar sucesso em tudo a qualquer preço! A realidade pode decepcionar, avisa-nos Jesus! Melhor preferir entrar pela porta estreita. O caminho é por ela e vale todo esforço (Lc 13,23-24). Ele mesmo, o Bom Pastor, compara-se à porta e ao caminho: Eu sou a porta; quem entrar por mim se salvará (Jo.10,9). Eu sou o caminho, a verdade e a vida. (Jo.14,6).
Seguindo o caminho do Mestre sem desvios, os discípulos serão o sal, a luz, o fermento na convivência humana. Enquanto temos tempo, entremos pela porta estreita da salvação. Evitemos o poder corruptor dos três ídolos: prazer, poder e dinheiro, que, adorados no lugar de Deus, são a perdição da pessoa humana.
.:: Maria ajuda-nos a viver as bem-aventuranças do Evangelho
Boleto
Carregando ...
Reportar erro!
Comunique-nos sobre qualquer erro de digitação, língua portuguesa, ou de uma informação equivocada que você possa ter encontrado nesta página:
Carregando ...
Os comentários e avaliações são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site.