Nesse ano, o tema do Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado em 5 de junho passado, foi: Sete Bilhões de Sonhos. Um Planeta. Consuma com Cuidado.
O objetivo é um só: aumentar a qualidade de vida para todas as pessoas sem aumentar, como consequência, a degradação ambiental, e sem comprometer ainda os recursos necessários às futuras gerações; bem ao estilo, portanto, das recomendações encontradas no Relatório Brundtland (Our Common Future), de 1987.
Dito em outras palavras, na prática isso se refere ao Metabolismo Socioeconômico (MSE), ou seja, a necessidade de importar (buscar) energia e matéria do meio ambiente, utilizá-los para o funcionamento da economia (um sistema aberto) e exportar (entregar) à natureza rejeitos que não mais poderão ser aproveitados.
Isso tudo, claro, de acordo às orientações do pensamento econômico tradicional, devidamente amparado na condição suprema de produzir mais bens e serviços para melhorar o modo de vida dos mais necessitados, proporcionando assim qualidade de vida; como se, a partir da mera produção de mais mercadorias, assegura-se bem-estar.
Conquanto, fica a pergunta: como atingir o objetivo respaldado e implícito no tema acima exposto?
Desperdiçando menos comida, água, solo, serviços ecossistêmicos e mudando de forma radical os padrões de consumo (hoje, insustentáveis) em direção a produtos que usem menos recursos naturais e energéticos; logo, atingindo com isso o que se convenciona chamar de Eficiência Energético-Material (EEM).
O motivo? Os serviços ecossistêmicos, essenciais para a sobrevivência da humanidade, estão perto do esgotamento, decorrente do crescimento populacional e de modelos econômicos de crescimento que não levam em conta a finitude dos recursos da natureza, uma vez que priorizam apenas o alcance de rápidas taxas de retorno do capital.
Daí a necessidade suprema de alcançar dois objetivos ímpares: conter o excesso populacional, lembrando que em menos de quatro décadas à frente teremos o acréscimo de mais dois bilhões e meio de pessoas “pressionando” um único planeta para a obtenção e recursos; e alinhavar, de imediato, a prática do consumo moderado e equilibrado, consciente e ecologicamente correto, fugindo assim ao padrão de desperdício que tem marcado algumas sociedades de consumo na atualidade.
Para isso tem sido comum a adoção de alguns passos que apontam para um único horizonte: a prática do consumo consciente.
Vale citar na integra esses passos, recolhidos do Instituto Akatu (www.akatu.org.br) que tem como uma de suas plataformas de ação a divulgação e conscientização do consumo consciente:
1. Planeje suas compras: Não seja impulsivo nas compras. A impulsividade é inimiga do consumo consciente. Planeje antecipadamente e, com isso, compre menos e melhor.
2. Avalie os impactos de seu consumo: Leve em consideração o meio ambiente e a sociedade em suas escolhas de consumo.
3. Consuma apenas o necessário: Reflita sobre suas reais necessidades e procure viver com menos.
4. Reutilize produtos e embalagens: Não compre outra vez o que você pode consertar, transformar e reutilizar.
5. Separe seu lixo: Recicle e contribua para a economia de recursos naturais, a redução da degradação ambiental e a geração de empregos.
6. Use crédito conscientemente: Pense bem se o que você vai comprar a crédito não pode esperar e esteja certo de que poderá pagar as prestações.
7. Conheça e valorize as práticas de responsabilidade social das empresas: Em suas escolhas de consumo, não olhe apenas preço e qualidade do produto. Valorize as empresas em função de sua responsabilidade para com os funcionários, a sociedade e o meio ambiente.
8. Não compre produtos piratas ou contrabandeados: Compre sempre do comércio legalizado e, dessa forma, contribua para gerar empregos estáveis e para combater o crime organizado e a violência.
9. Contribua para a melhoria de produtos e serviços: Adote uma postura ativa. Envie às empresas sugestões e críticas construtivas sobre seus produtos e serviços.
10. Divulgue o consumo consciente: Seja um militante da causa: sensibilize outros consumidores e dissemine informações, valores e práticas do consumo consciente. Monte grupos para mobilizar seus familiares, amigos e pessoas mais próximas.
11. Cobre dos políticos: Exija de partidos, candidatos e governantes propostas e ações que viabilizem e aprofundem a prática de consumo consciente.
12. Reflita sobre seus valores: Avalie constantemente os princípios que guiam suas escolhas e seus hábitos de consumo.
Marcus Eduardo de Oliveira é economista especializado em Política Internacional
Boleto
Carregando ...
Reportar erro!
Comunique-nos sobre qualquer erro de digitação, língua portuguesa, ou de uma informação equivocada que você possa ter encontrado nesta página:
Carregando ...
Os comentários e avaliações são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site.