O Pontifício Conselho das Comunicações Sociais do Vaticano publicou um documento sobre a “Ética nas Comunicações Sociais”.
O documento começa dizendo que um grande bem e um grande mal provêm do uso dos Meios de Comunicação Social. A tarefa ética da mídia é unir, educar, desenvolver, colaborar com a comunidade. Os princípios éticos da comunicação estão fundamentados em verdade, justiça e privacidade, “o bem da pessoa humana”. As atitudes antiéticas são o lucro, o controle, a rivalidade, a ideologia, a mentira. “Abandonai a mentira” (Ef 4,25).
Leia MaisBispos celebram missa pelo Dia Mundial das Comunicações Sociais Conheça mensagem do Papa para o Dia Mundial das Comunicações Sociais 2019É preciso defender a liberdade de imprensa e de expressão e, ao mesmo tempo, há o dever de se evitar calúnias, difamações, ódios, violências, obscenidades, pornografia e descrições mórbidas da violência.
Não pode a mídia defender o que dá lucro só aos grandes. Pelo contrário, deve defender os mais pobres e não perpetuar a pobreza, o analfabetismo, a repressão política. A mídia não pode ser submissa à lei do mercado.
O efeito da mídia é semelhante ao narcótico: pode sugerir simpatia, compaixão, oração ou isolamento, violência, pornografia. Porém, a questão ética essencial é esta: tornar o ser humano melhor, consciente de sua dignidade, responsável e aberto aos outros, disponível para prestar ajuda, espiritualmente amadurecido. São muitos os benefícios dos Meios de Comunicação Social: prosperidade, emprego, aperfeiçoamento, informação, participação, conscientização, beleza, arte, cultura, divertimento, ética e religião.
Os abusos éticos da mídia são elencados no documento desta forma: manipulação da opinião pública, doutrinação e controle conforme o desejo dos poderosos, programas banais desprezíveis, facilitação da perda de tempo, superficialidade e mau gosto, falta de explicação de questões complexas, dominação cultural, ocultando valores nacionais e enfatizando os valores das sociedades opulentas, exploração da sexualidade, fomento da hostilidade e dos conflitos, divulgação de erros, de falsos valores e omissão na difusão daquilo que enobrece.
É verdade que são as pessoas que escolhem os programas, mas elas estão muito condicionadas pela cultura moderna. Por isso, a necessidade de discernimento, informação e visão crítica quanto ao uso de tais meios. Algumas religiões, entre elas a católica, costumam ser negativistas em relação à mídia. Outras religiões promovem emocionalismo, fanatismo, fundamentalismo, exclusivismo, dominação, controle. A Igreja tem muito a colaborar. Jesus é o Grande Comunicador e os comunicadores cristãos devem ser profetas em sua profissão.
Um tema específico é contemplado no referido documento pontifício: a religião na mídia. Geralmente a religião é ignorada ou marginalizada, vista com desdém e incompreensão. Por outro lado, os Meios de Comunicação Social promovem modas religiosas, como objeto de curiosidade, abordam grupos com hostilidade e incentivam o ceticismo e racionalismo, favorecendo pontos de vista particulares.
Cabe à Igreja dar bom exemplo em seus Meios de Comunicação e formar para a comunicação, defendendo a dignidade humana, a opção pelos pobres, o destino universal dos bens, os direitos humanos, o amor pelos inimigos, o respeito pela vida desde a concepção. Comuniquemos a verdade não só em palavras, mas em gestos e ações.
Dom Orlando Brandes
Arcebispo de Aparecida
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