Por Dom Orlando Brandes Em Artigos Atualizada em 31 MAR 2020 - 10H48

Fraternidade e Compaixão

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A compaixão rompe com a indiferença e se compromete com o outro.
Não olha a etnia, a religião, a orientação sexual, nem se o outro é antipático, inimigo, mas sim o bem do outro. Não é um olhar de dó, pena, é um olhar compassivo que reconhece a dignidade de cada um e procura resgatá-la. Compaixão e misericórdia são gêmeas, porque ambas são amor visceral, que padece com o outro, estremece o coração e se comove.

A compaixão não é um amor teórico, nem retórico, é amor que cuida, por isso se aproxima, toca, carrega o outro. Trata do outro que está caído com zelo, cuidado e gestos concretos. Compaixão é fazer-se próximo, sem preconceitos, sem classificações, sem atitudes seletivas e sem esperar nada em troca. O mundo será outro e melhor quando houver menos competição e mais compaixão.

A compaixão não se orienta pelos critérios da simpatia, do parentesco, das ideologias, dos interesses e dos caprichos. Pelo contrário, compaixão é compromisso com a justiça, com os direitos e a dignidade dos outros. Os gestos concretos da compaixão são as obras de misericórdia. A compaixão se concretiza também na profecia, na indignação, na conscientização, na coragem em favor da justiça. Todavia, vai além da justiça e se manifesta no abraço do perdão, nas atitudes de reconciliação, no amor ao inimigo, na justiça restaurativa. Justiça e caridade são complementares e, assim, acontece o amor social, a caridade pastoral, a justiça samaritana. O que não devem coexistir é a justiça com iniquidade.

Diz o Papa Francisco: “Ser capazes de compaixão: essa é a chave. Essa é nossa chave”. Quando tocamos no pobre, no doente, no sofredor, tocamos na carne de Cristo que está neles. Se diante de uma pessoa necessitada não sentimos comoção, significa que algo não funciona.

A oração para obter compaixão é assim: “Senhor, mandaste Moisés bater na pedra para que brotasse água. Batei na pedra do meu coração para que eu verta lágrima diante do sofrimento de uma criança, diante da fome, diante da destruição de uma família”.

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Escrito por:
Dom Orlando Brandes (Thiago Leon)
Dom Orlando Brandes

Arcebispo de Aparecida (SP)

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