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Maria aparece nos evangelhos apócrifos?

Padre Evaldo César Souza, C.Ss.R, diretoria da Fundação Nossa Senhora Aparecida (FNSA) (TV Aparecida)

Escrito por Padre Evaldo César Souza, C.Ss.R

12 JUL 2021 - 10H29 (Atualizada em 21 JUL 2021 - 09H02)

Eduardo Gois/A12

Outra vez gostaria de falar aqui sobre evangelhos apócrifos, ou seja, os escritos que recordam situações da vida de Jesus, mas que não pertencem ao "cânone" oficial da Bíblia.

Durante muito tempo, os apócrifos foram marginalizados pelos estudos teológicos, mas hoje em dia, ainda que não sejam fonte da Revelação Divina, a teologia redescobre que muitas das tradições cristãs foram mesmo retiradas desses escritos.

E, quando falamos de Maria, a mãe de Jesus, muito do que nosso povo passou de boca em boca nesses mais de 2 mil anos de Cristianismo, vem da leitura popular dessas tradições apócrifas.

Leia MaisQuantos anos tinha Maria quando ficou grávida de Jesus?Os principais textos e evangelhos apócrifos que falam sobre Maria são:

O nascimento de Maria: Protoevangelho de Tiago; O nascimento de Maria; Evangelho do Pseudo-Mateus; História de José, o carpinteiro; Evangelho armênio da infância; Evangelho dos Hebreus; Livro da infância do Salvador; Pistis Sophia; Aparição a Maria: Fragmentos de textos coptas; Lamentação de Maria: Evangelho de Gamaliel; Maria fala aos apóstolos: Evangelho de Bartolomeu; Trânsito de Maria do Pseudo-Militão de Sardes; Livro do descanso; O evangelho secreto da Virgem Maria.

Muitas tradições religiosas em relação a Maria, guardadas na memória popular e em dogmas de fé, têm suas origens nos apócrifos:

A palma e o véu de nossa Senhora; as roupas que ela confeccionou para usar no dia de sua morte; sua assunção ao céu; a consagração a Maria e de Maria; os títulos que Maria recebeu na ladainha dedicada a ela; os nomes de seu pai e de sua mãe; a visita que ela e Jesus receberam dos magos; o parto em uma manjedoura.

A virgindade de Maria é defendida pela quase totalidade dos apócrifos. Segundo essa tradição, ela era virgem antes, durante e depois do parto. Ao falar da virgindade de Maria, a comunidade dos apócrifos tem intenção mais apologética que histórica.

A pureza de Maria é demonstrada pela sua vida consagrada no templo de Jerusalém. Ela está sempre em contato com o Sagrado. Quando Jesus nasce, a virgindade de Maria é mantida. Maria não teve outros filhos; permaneceu virgem até a morte.

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A presença de Maria nos evangelhos apócrifos também nos ensina que o masculino e feminino devem ser integrados dentro de cada um de nós. João e Maria viveram muito próximos. O evangelho secreto da Virgem Maria é uma obra literária belíssima, que coloca Maria narrando sua história para João, seu discípulo predileto. Os apóstolos a chamavam de mãe, porque ela era exemplo de mulher integrada.

As religiões têm suas grandes mulheres. No cristianismo e no imaginário coletivo, Maria permanecerá sempre como modelo de mãe intercessora. Ademais, nos apócrifos, Maria não deixou de ser uma verdadeira mulher, com lutas, alegrias e tristezas, para ser a mãe de Jesus. Vale a pena ler os apócrifos sobre Maria.

Escrito por:
Padre Evaldo César Souza, C.Ss.R, diretoria da Fundação Nossa Senhora Aparecida (FNSA) (TV Aparecida)
Padre Evaldo César Souza, C.Ss.R

Jornalista e missionário redentorista

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