Jesus, homem de compaixão
E cada página do Evangelho comprova isso. Aqui contemplaremos um só fato: a ressurreição do filho único da viúva de Naim. Jesus toma a iniciativa de se aproximar, de consolar, de sofrer com quem sofre. Ele vai ao enterro, comove-se, deixa-se afetar pela dor da mãe viúva. Não espera os outros irem até Ele. Pelo contrário, antecede-se, aproxima-se, coloca-se à disposição. Eis a sensibilidade de Deus.
Adoramos um Deus que também tem “lágrimas nos olhos”, pois o amor de Jesus é incondicional, sensível, disponível. É o amor que não espera, adianta-se, antecipa-se, ama primeiro. “Ele nos amou primeiro.” O que mais decepciona as pessoas é sermos insensíveis à dor alheia. Por outro lado, o que mais comove são os gestos de compaixão. Nesses gestos humanos, somos visibilidade e instrumentos de um grande amor, a compaixão de Deus.
Jesus, homem do acolhimento
Focalizamos aqui a atitude de Jesus diante da mulher apanhada em adultério. É o amor que acolhe sem preconceitos, que acredita na recuperação das pessoas, que procura sempre potencializar e salvar, nunca condenar. Jesus acolhe a pecadora sem adular seus erros e, com o acolhimento, mostra também a verdade: “Também eu não te condeno, vai e não tornes a pecar”. Eis a verdade dita com caridade. Eis a misericórdia sem permissividade, a felicidade com fidelidade, a liberdade unida à responsabilidade.
O amor não castiga, educa; o amor corrige, guia, perdoa. A pessoa humana precisa de pão e de afeto. Não passar fome e não ser rejeitado é o único caminho para a pessoa se abrir a outros valores. Somos cabeça, coração e estômago. Sem pão e sem afeto a cabeça se revolta, fecha-se, vinga-se. Hoje aumentam a prostituição e o adultério, pela falta de pão (emprego) e de afeto. Temos carências de justiça e de carinho.
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Jesus, homem de perdão incondicional
Lembramos aqui o perdão dado a um amigo, companheiro e confidente de Jesus, porém fraco e infiel. As ofensas dos amigos ferem mais, doem mais, decepcionam mais. Jesus perdoa as negações e infidelidades do amigo Pedro. Perdoa com um olhar de bondade. De fato “a caridade começa pelo rosto”.
A concórdia do coração se revela na face, no semblante pacificado, no olhar benigno. Quem perdoa compreende a limitação alheia. Uma pessoa é sempre maior que seu erro. Em quem errou há uma alma imortal, um cantinho onde mora a inocência. No pecador, há um Deus escondido. O amor purifica o nosso olhar. O coração é colírio para os olhos. Só o amor consegue ver o que os olhos não enxergam.
Quem perdoa não absolutiza a fraqueza alheia. Perdoar é relativizar a ofensa recebida, é compreender a fragilidade humana. Quem não perdoa é infantil, absolutiza o erro. Perdoar é uma atitude de superioridade, sabedoria e maturidade da fé.
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