Há muitos modos de entendermos as figuras dos magos do Oriente. Ao que tudo indica, Mateus insere esses personagens na narrativa do nascimento de Jesus para mostrar a amplitude da ação salvífica de Deus, que não pensa somente no resgate de um povo – o povo Judeu –, mas deseja que todos os povos e todas as nações sejam redimidos no nome de Jesus Cristo.
Por isso, celebramos com os magos a festa da Epifania, ou seja, da manifestação do amor de Deus por todos os homens e todas as mulheres de boa vontade. A tradição nomeou os reis magos como Baltazar, Melchior e Gaspar? Na verdade, eles não eram reis nem eram três, certo? Não se assuste!
Vejamos o texto bíblico juntos: “Tendo nascido em Belém, na Judeia, no tempo do rei Herodes, alguns magos do Oriente chegaram a Jerusalém e perguntaram: “Onde está o recém-nascido rei dos judeus? Nós vimos sua estrela no Oriente e viemos prestar-lhe homenagem” (Mt 2,1-20). Como se vê, o Evangelho não enumera nem quantidade, nem nomes. Foi a nossa tradição católica que quis associar cada nação conhecida no tempo de Jesus com um mago do Oriente, criando assim os reis, que representam os povos brancos, negros e amarelos. Os magos do Oriente são representantes de todos os povos (e pessoas) que fazem uma trajetória de encontro íntimo com o Cristo, Menino-Deus, nascido em Belém. Vejamos os detalhes da história.
Leia MaisA espiritualidade do NatalEles saem de seu comodismo, caminham guiados por uma estrela, enfrentam desafios geográficos e humanos, encontram-se com a Sagrada Família em Belém, oferecem presentes ao menino e retornam para casa por outro caminho.
O que podemos aprender para nosso próprio caminho de vida?
Primeiro: todo encontro de amor com Cristo nasce da iniciativa de deixar nosso comodismo, nosso mundinho e colocar-se no caminho da busca, ainda que não tenhamos certeza para onde vamos. A estrela no céu nada mais é do que a referência de fé, que nos ilumina – a Palavra de Deus, os Sacramentos, a caridade.
Os desafios da jornada são fáceis de perceber: problemas físicos e espirituais, desânimo, competições. Quem de nós nunca sofreu com alguns “Herodes”, que fazem somente nos enganar e tirar vantagem de tudo?
Enfim, chegamos aos pés da manjedoura, objetivo de nossa caminhada, e ali depositamos nossos maiores tesouros – a perseverança de ter alcançado a meta, o sorriso da chegada, o suor do caminho, o abraço afetuoso.
E, finalmente, retomamos o caminho que nos leva de volta a uma vida mais tranquila e feliz, não fazendo o mesmo trajeto, mas um itinerário diferente. Afinal, o encontro com Cristo nos converte, ou seja, obriga-nos a refazer a vida por trilhas renovadas.
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