Fé, esperança e caridade. O progresso e a maturidade espiritual cristã se assentam nessas três virtudes. No plano delas, se inicia e se leva a termo nossa transformação radical de pecadores a filhos de Deus. Pela fé, cremos em Deus e em tudo o que a Igreja proclama como revelado por Ele. Leia MaisPapa Francisco inicia catequese sobre as virtudes teologais
Pela esperança, apostamos nossa felicidade no reino dos céus e na vida eterna, confiantes nas promessas de Jesus Cristo e sustentados com a graça do Espírito Santo. Com o novo mandamento da caridade (Lava-pés), amamos a Deus sobre todas as coisas e, nesse amor, amamos ao próximo como a nós mesmos.
As três virtudes teologais são inseparáveis. Sua prática nos faz conhecer, amar a Deus e esperar sua glória, solidários uns com os outros, na construção de seu Reino entre nós.
São dons sobrenaturais que Deus nos dá. Se os cultivarmos, ratificaremos a união com Ele nos sentimentos, nas opções e nas atitudes, solidários uns com os outros em seu amor e na fraternidade. Tais virtudes sustentam em nós a graça do batismo em Cristo, que nos mergulhou no mistério da Trindade. Adquirimos consciência de nossa origem e fim absoluto!
Santo Agostinho escreveu que Deus é mais íntimo de nós que nós mesmos! Ele nos ama no mais profundo de nosso ser. É famosa a leitura do santo sobre a história: dois amores construíram duas cidades!
A dos homens e a de Deus. O amor dos homens a si mesmos, exacerbado até ao desprezo a Deus, construiu a cidade terrena visível, enganosa e perecível, a sociedade sem fé, iludida, inquieta, angustiada e frustrada. Já o amor de Deus por nós, levado ao extremo do autoaniquilamento, edifica entre nós a cidade celeste eterna e invisível.
A cidade terrena se organiza cultivando prestígio, riqueza, busca de poderes e competição sem freios. Predomina todo tipo de intolerância na disputa por espaço, direitos e respeito. A engrenagem política acentua o desamor com a divisão odiosa do “nós e eles”, sacralizando ideologias de esquerda ou direita.
Vivendo as três virtudes teologais, o cristão espera partilhar a cidadania digna, diminuir a pobreza sem lideranças populistas e construir um Brasil-ético; uma nação que seja o retrato da “cidade de Deus”! O Brasil da justiça, da fraternidade, da promoção e da defesa da vida, da concepção ao fim natural. Nem as ambições mais poderosas vão destruir a cidade do amor, já vitoriosa no céu. Seus pilares têm a glória do Senhor. Ela é a “Jerusalém do alto” (Apocalipse 21,11). Seu alicerce na terra é a fé.
Movidos pela esperança, nós, os seguidores do Cordeiro no amor, aqui habitamos a caminho do novo céu e da nova terra. (Apocalipse 21,1). Caminhamos para a cidade eterna, fazendo da passagem terrena um serviço total de caridade fraterna, em busca da justiça, da paz e do respeito à vida em todos.
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