Depois de conhecer várias instituições religiosas, chega o momento de aprofundar-se em um dos carismas. Entretanto, esse próximo passo pode parecer um pouco confuso a alguns jovens. Para não ficarem à deriva, o trabalho de acompanhamento vocacional é primordial para o amadurecimento espiritual e pessoal. Nessa nova etapa entram em cena os promotores vocacionais que têm como papel principal conduzir os jovens a compreender o real chamado de Deus.
Foto de: Divulgação
Encontros vocacionais reúnem candidatos no seminário para se aprofundarem no carisma Redentorista
Esse tempo de acompanhamento é significativo para que bem antes de assumir o processo de formação dentro de um seminário, o candidato tenha uma visão ampla de como será o seu dia a dia. Quando se entra bem-preparado, a experiência se torna rica, fecunda e serena. Com isso, as dificuldades e desafios da formação são trabalhados e superados com muito mais maturidade.
Como um agricultor que cuida com carinho de uma plantinha, zela para que ela cresça e gere bons frutos, a Pastoral Vocacional se preocupa com desenvolvimento dos vocacionados. Os promotores procuram acompanhar, esclarecer dúvidas, apoiar nas buscas e orientar sobre o carisma, a missão e a vida da instituição na qual o jovem almeja fazer parte.
As atividades pastorais seguem inúmeras vertentes. O promotor vocacional irmão João Batista de Viveiros explica como esse trabalho é feito na Congregação do Santíssimo Redentor (C.Ss.R.). A partir do momento que o candidato entra em contato pedindo orientação ao Secretariado Vocacional Redentorista, é enviado a ele diversos materiais pelo correio, como livros, revistas, fôlderes e um curso vocacional.
O promotor explica que quando o jovem tem uma participação ativa na comunidade, ele encontra-se muito mais preparado, esclarecido e maduro para ser orientado. Isso torna o discernimento e a motivação vocacional mais consistente. Normalmente ele se sente provocado pela palavra de Jesus Cristo e pelo clamor dos pobres e necessitados. O sentido da busca passa a ser baseado no Evangelho e a disposição do candidato para lutar por esse ideal é grande.
Se o jovem não tem uma prática cristã mais comprometida na comunidade, ele encontra maior dificuldade para compreender o chamado de Deus. Consequentemente, isso implica um processo mais demorado, porque, normalmente, apresentará mais dúvidas acerca da vocação.
Por ano, são realizados pelo menos dois encontros vocacionais Redentoristas. O evento acontece na comunidade mais próxima da residência do candidato para facilitar a participação. No segundo semestre, o jovem participa de um retiro para que possa rezar pela vocação e aprofundar-se no discernimento.
Antes de ingressarem no seminário, aqueles que já estão preparados são convidados a participar de um último encontro, no final do ano. “Esse conjunto de atividades vai ajudar o jovem a tomar consciência do chamado de Deus e responder com convicção. Não é bom que o jovem entre para o Seminário sem estar bem preparado” sublinha irmão Viveiros.
Durante o processo é salientado aos candidatos que as escolhas implicarão renúncias. O processo de formação no seminário, exige do aspirante certo distanciamento da família, dos amigos, da realidade do dia a dia. Se antes o jovem fazia o que queria sem ter que dar satisfação a ninguém, no seminário terá de aprender a conviver em comunidade, a seguir normas, horários e a relacionar-se com pessoas diferentes. Contudo, essa disciplina favorece para um amadurecimento pessoal.
Um dos momentos muito significativos de formação é a visita do promotor Redentorista à família do vocacionado. Esse contato com a realidade do dia a dia do jovem é muito importante para um direcionamento mais concreto. O apoio dos pais permite que o candidato ao seminário tome uma decisão segura e livre sobre seu futuro. A família impulsiona o jovem diante das dificuldades o apoiando, torcendo com ele e rezando pela sua perseverança na vocação.
“Quando os pais não apoiam a opção do filho, o discernimento é mais exigente, a caminhada se torna um pouco mais difícil e exige do jovem maior maturidade e convicção”, ressalta o redentorista.
Irmão Viveiros salienta que o jovem que sente esse desejo de seguir a Cristo deve procurar partilhar os sonhos e as dificuldades com uma pessoa madura que possa ajudá-lo. “Converse com o padre da comunidade, com um religioso ou religiosa ou com uma pessoa da comunidade. Se quiser, escreva para um determinado promotor vocacional”, orienta o irmão.
Vocações tardias
Quem pensa que já não é tão jovem para servir a Igreja pode estar enganado. Um novo perfil vem surgindo ao longo dos anos. Pessoas com mais de 30 anos, muitos com formação acadêmica, têm deixado suas profissões para atender ao chamado e serem missionários.
Irmão Viveiros recorda dois candidatos de São Paulo (SP) que já haviam concluído o ensino superior e mantinham uma situação financeira estável. Os dois decidiram iniciar o acompanhamento vocacional, dispostos a deixar tudo.
Para esse público, uma nova dinâmica e uma nova formação está sendo estabelecida. Nesse contexto, os trabalhos buscam questionar os motivos que levaram a um chamado tardio, o que teria despertado neles esses desejos.
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