Por Ir. Gilberto Teixeira da Cunha Em Comportamento

Namorar vale muito a pena!


Hoje em dia percebemos uma série de variações no tipo de relacionamento entre as pessoas, principalmente na relação antes do noivado e do casamento. Expressões, como “amizade colorida”, “ficar”, “enrolado”, “é complicado” (um dos status no Facebook) e tantas outras, aparecem para definir essas novas formas de relacionamento, que parecem cada dia mais comuns. O namoro, que é uma fase muito importante na vida do homem e da mulher, acaba em muitos casos sendo banalizado. As pessoas ficam tipo abelha, pousando em cada flor e nunca comprometem com o outro.  O cara até diz de boca cheia: “Mano, fiquei com várias meninas nessa balada!”. No fundo ele é inseguro e teme o compromisso e prefere afirmar-se na fama de pegador.

O medo ao compromisso acaba nos privando do valor imenso do namoro, de ter ao seu lado alguém que te ame e se importe contigo. Uma pessoa que quer junto contigo crescer, para um dia, se for o Plano de Deus, formarem uma família feliz.  Mas esse caminho não é fácil: comprometer-se exige, pode causar sofrimento, pode levar à perda da “liberdade”.

Mas será que não vale a pena arriscar-se por algo muito maior? Sobre o valor e como deveria ser um namoro é que gostaríamos de falar.

O sentido do namoro

O namoro é um período valioso para que o casal se conheça melhor, visando amadurecerem juntos e verem se pretendem passar o resto de suas vidas juntos, até que a morte os separe. Conhecer não significa fazer um “test-drive”, ou seja, ter relações sexuais para saber se fulano ou fulana é um excelente parceiro, que dá prazer, que satisfaz. O sexo é importante, mas no seu lugar adequado: no matrimônio, que tem como fim a união entre as duas pessoas e a procriação. Acabamos saltando etapas e em muitos casos trazendo consequências mais graves, como por exemplo uma gravidez indesejada. Essa relação prematura tem mais possibilidades de não dar certo. Pesquisas atuais demonstram que casais que viveram a continência durante o namoro e o noivado têm mais chances de ficarem juntos e são mais felizes.

Conhecer o outro implica: saber os dons, virtudes, defeitos, limitações e sonhos do outro. Quanto mais se conhece o outro, mais livre e maduro será o casal. Cada momento é importante: as saídas, festas, atividades familiares e também as dificuldades que passam juntos. Tudo isso vai forjando a relação e fazendo com que o amor entre os dois amadureça. O fracasso de uma relação muitas vezes está em ver o outro mais como um objeto de prazer do que alguém que é valioso em si mesmo, que é muito importante aos olhos de Deus.

Namoro é doação e compromisso

O namoro também implica doar-se ao outro, arriscar, confiar, ser livre para dialogar e expressar suas idéias e sentimentos. O namorado(a) deve ser antes amigo(a). O termo para definir namorado em inglês é bem feliz nesse sentido: boyfriend e girlfriend. Muitos casamentos fracassam porque não tiveram um bom namoro e noivado. Aí depois estoura a bomba: “você não era quem eu pensava”, “não suporto mais essa pessoa”, “acabou o romance”, dentre outras idéias que vem à mente do casal. Conseqüências desastrosas como a traição, a desconfiança e a separação vêm logo à tona. Muitos jovens vêem o casamento de seus pais acabar e ficam inseguros, deixando de acreditar no compromisso, com medo de que o mesmo aconteça com a sua relação. É uma ferida difícil de curar. Porém, vale a pena apostar. O fato da relação de seus pais não ter dado certo, não significa que a sua também não dará. Você pode construir uma história diferente, fortalecido pela graça de Deus.

Deus deve ser o centro do namoro

Deixei a cereja do bolo para falar no final: o mais importante em um namoro católico é que Deus esteja presente em todos os momentos. É recomendável que rezem juntos, participem da Missa juntos, enfim, que peçam a força da graça de Deus em todo o momento. Deus estando presente no namoro, certamente estará no noivado, no matrimônio, na família. É Ele quem nos ajuda a suportar coisas que com nossas forças seria impossível. Também é Deus que nos abençoa e nos permite sonhar, construirmos a vida juntos e viver a fidelidade para sempre. Esse “até que a morte nos separe” só é possível com a graça de Deus. A causa de muitos fracassos na família é a falta de vida espiritual do casal.

Por fim devemos entender que o namoro é a concretização de uma vocação: o matrimônio. Assim como o sacerdócio e a vida consagrada, o matrimônio é um caminho de santidade. Sou responsável, além da minha santidade, pela do meu companheiro e vice-versa.  Portanto, antes de deixar-se levar pelas paixões e pelo prazer, pense nisso. E se quase cruzamos a linha, fazendo o que não deveríamos,  tenhamos a humildade de pedir perdão a Deus através do sacramento da reconciliação e sigamos adiante. Vale a pena apostar por um namoro casto.

Se somos jovens de Maria, imitemos o seu exemplo: sejamos puros como Nossa Senhora. Ela foi muito feliz vivendo a pureza. O seu coração estava totalmente voltado para São José e seu Filho Jesus. Peçamos a sua intercessão.

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Por Ir. Gilberto Teixeira da Cunha, em Comportamento

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