Comportamento

Precisamos falar (DE NOVO) sobre racismo!

Escrito por Luciana Gianesini

07 ABR 2021 - 07H43 (Atualizada em 18 NOV 2022 - 08H24)

Shutterstock/ DisobeyArt

Leia MaisComo a Igreja atua para combater o racismo?Papa faz tweet sobre racismo e intolerância Sim, caros Jovens de Maria! Séculos depois da colonização europeia, séculos depois de (teoricamente) abolida a prática da escravidão, aqui estamos nós de novo, porque é necessário!

Falar sobre o tema "racismo" nunca é exatamente uma pauta agradável, porém é extremamente importante falar, para que possamos aprender juntos e não repetir nem reproduzir erros que se arrastam ao longo da história. 

Vimos, no último ano, novamente o assunto ganhar os holofotes da mídia brasileira, devido a uma situação ocorrida em um dos reality shows de maior audiência no país: em uma brincadeira classificada como "castigo", um participante teve de se vestir de "homem das cavernas" e, ao observar a peruca que deveria usar, fez a péssima comparação com o cabelo do colega de programa, que é negro e usa o penteado black power.

Intencionalmente ou não, a fala causou constrangimento e feriu o colega. E, em grande parte dos telespectadores, causou perplexidade, afinal, estamos em 2022 e, graças à evolução cultural e intelectual, certas coisas não são mais aceitáveis.

Shutterstock/ Prostock-studio
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3 filmes para entender o racismoDica de Cinema: A mensagem de fé por trás do filme "O doador de memórias"Dica de Cinema: Lincoln, uma luta ainda longe de seu finalDica de Cinema: Conduzindo Miss DaisyMas, por que estamos trazendo essa reflexão aqui? Bem, nós já trouxemos esse assunto outras vezes, mostrando, por exemplo, como a própria Igreja atua para combater o racismo.

Mas, nestes tempos tão difíceis, em que aceitar que a dor do outro pode, sim, ser maior que a minha é tão difícil, sempre é bom a gente botar a cabeça pra funcionar e exercitar nossa empatia, nossa solidariedade, nossa misericórdia, nosso respeito.

Por isso, trouxemos alguns tópicos que reforçam essa necessidade de ter empatia com quem tem feridas diferentes das nossas.

Afinal, embora percorramos caminhos diferentes, todos estamos em busca do mesmo destino, que é o encontro definitivo com Deus, no céu. É Ele o nosso MILHÃO, nosso prêmio final.

Bora entender do que estamos falando!

Monkey Business Images/ Shutterstock
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1. Já no Êxodo, o povo buscava libertar-se da escravidão. Essa busca perpassou pelo deserto e não é difícil traçarmos um paralelo com episódios mais recentes. Todo povo que é escravizado (seja pelo trabalho, pela guerra ou pela fome) e tenta fugir em busca de liberdade, passa pelo deserto de não saber para onde ir, de não ter com quem contar, de não saber como será o amanhã.

2. Sabemos também que, como dito acima, nossa "Terra Prometida" é o próprio céu. E também lembramos que Jesus nos disse: “ninguém vai ao Pai senão por Mim” (Jo 14,6b). Então, fica fácil entendermos que nosso Êxodo hoje consiste em sairmos do nosso lugar de pecado, passar pelo deserto da conversão com o auxílio de Jesus para, finalmente, chegarmos à nossa Terra Prometida.

3. Já naquele tempo, o povo reclamava que, às vezes, Deus parecia não escutá-los, tal como nós às vezes reclamamos. Só que Deus responde: “mas são vossas iniquidades que cavaram um abismo entre vós e vosso Deus; vossos pecados o fizeram esconder de vós seu rosto para não vos ouvir” (Is 59,2). Ou seja, é o pecado o grande deserto que nos afasta de Deus. E quando nós ferimos os nossos irmãos, ferimos o próprio Deus que habita nele. “Quem vos tocar, toca a menina de meus olhos” (Zc 2,12b)

4. Nós fomos criados, todos nós, à imagem e semelhança de Deus. Deus tem o rosto de cada um de nós, pois somos o templo onde Ele habita pelo Espírito Santo. Então, não faz sentido rejeitarmos o lar que o próprio Deus escolheu habitar. E, se porventura, agirmos com tal rejeição, estamos rejeitando e destruindo nossa própria semelhança com Deus, pois deixamos de parecer com Ele para nos assemelharmos ao Maligno.

5. Nosso êxodo para Deus passa pelo irmão. Nosso amor ao irmão é a chave com que abrimos nossa porta para Deus! Por isso, deixamos aqui 3 perguntas para você pensar:

Shutterstock/ Asier Romero
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a) Será que, no meu trato para com as pessoas, eu tenho agido com preconceito, ainda que "sem querer"?

b) Será que tenho buscado a Terra Prometida pelo caminho certo, acolhendo quem eu encontro em meu caminho, ou passo por todo mundo sacudindo a poeira sob meus pés?

c) Será que o caminho que percorri até aqui está me levando para o céu ou será que devo voltar e redesenhar minha rota?

Não vamos esquecer, caros Jovens de Maria: se quisermos chegar a Deus, devemos passar, com RESPEITO, EMPATIA, COMPAIXÃO e MISERICÓRDIA, pelos nossos irmãos.

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