Por João Antônio Johas Leão Em Crescendo na Fé Atualizada em 16 JUL 2020 - 15H52

“Amizade” de Facebook?

“Amigo fiel é poderoso refúgio, quem o descobriu, descobriu um tesouro”

                Eclo 6, 14

No capítulo 6 do livro “Eclesiástico” das Sagradas Escrituras encontramos uma descrição da amizade muito bonita. Talvez o centro de toda essa descrição esteja na frase acima que identifica o amigo com um tesouro. Mas durante a descrição, o autor parece fazer uma diferença entre um amigo verdadeiro no meio de mil boas relações que tenhamos. Essa distinção se torna muito importante hoje, porque parece que estamos sendo confundidos e chamando de amigo que não é mais que um desses bons relacionamentos. Nas redes sociais possuímos muitos amigos?

Amizade no facebook

De acordo com essa mesma rede social, sim. Mas o que ela chama de amigo é a mesma coisa que a Bíblia chamou de amigo a muito tempo atrás? Com uma rápida confrontação, perceberemos que não. Quem pode dizer que os vários “amigos” que têm na internet são realmente um tesouro? Ou que eles foram adquiridos depois de provações e que, por isso, são confiáveis? Temos certeza que não são apenas amigos de ocasião e que na tribulação não nos deixará? Na hora do aperto, não serão muitos desses “amigos” que se tornarão inimigos?

É uma situação que precisa ser levada a sério. Não podemos deixar que outros decidam por nós quem são os nossos amigos. Porque a tendência do mundo é fazer das relações cada vez mais superficiais, ligeiras e passageiras. Mas não é isso que o coração do ser humano deseja. Por mais numerosas que sejam as relações superficiais, o nosso coração deseja algo mais profundo e verdadeiro. E isso não é fácil de encontrar, por isso quem o encontra, diz a Bíblia, encontrou um tesouro.

Nesse mesmo capítulo do Eclesiástico podemos ver um detalhe muito interessante. Nessa busca por um amigo, diz o versículo dezesseis, aqueles que temem o Senhor não ficarão frustrados, mas encontrarão o que desejam. É um detalhe fundamental e que não pode ser deixado de lado, apesar de muitas vezes ser esquecido. A verdadeira amizade é aquela que te leva a conhecer a única Pessoa que pode saciar plenamente o desejo de um encontro profundo, verdadeiro e infinito. É aquela que apresenta o Senhor Jesus. Por mais profunda que possa ser a relação entre duas pessoas, se nela as pessoas não chegam ao conhecimento de Deus como fundamento dessa relação, essa “amizade” ainda não é o tesouro que diz a Bíblia.

Perguntemo-nos como estão as nossas “amizades”. Quantos desses amigos são, na verdade, apenas relacionamentos que eu tenho? Não é necessariamente ruim que tenhamos bons relacionamentos, pelo contrário, o autor do Eclesiástico inclusive recomenda que tenhamos muitas boas relações, mas o que não podemos é confundi-las com o tesouro de uma verdadeira amizade. Por outro lado, questionemos como está a nossa relação com o primeiro e melhor Amigo do homem que é Jesus. Se apenas nos relacionamos com Ele enquanto nos parece ter muitas amizades, precisamos revisar as nossas prioridades. Porque no fim das contas, se Jesus não é nosso amigo, não poderemos ser amigos verdadeiros de mais ninguém.


Escrito por:
João Antonio Johas Leão (Arquivo pessoal)
João Antônio Johas Leão

Licenciado em filosofia, mestre em direito e pedagogo em formação. Pós-graduado em antropologia cristã e entusiasta de pensar em que significa ser cristão hoje.

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