Fala, Jovem de Maria!
Você certamente já ouviu falar que, no início da narrativa bíblica sobre a história da humanidade, o Egito foi assolado por dez pragas, reflexo da desobediência do povo à Lei de Deus. Essa história é contada no livro do Êxodo, precisamente nos capítulos 7 a 12.
Esta também é a temática deste mês de junho na Jornada Bíblica que estamos percorrendo aqui no Santuário Nacional de Aparecida.
:: Reflexão da Jornada Bíblica para o mês de junho
Sabemos que nem tudo o que consta na Bíblia pode ser explicado pela ciência humana, justamente por conta da ação do Espírito Santo e dos milagres concedidos pelo poder de Deus. Porém, duas vertentes científicas têm se dedicado ao estudo dessa parte da história humana.
A primeira delas, liderada pelo físico britânico Colin Humphreys, que é autor do livro “Os milagres do Êxodo”, associa as dez pragas – sangue no Rio Nilo, invasão de sapos, piolhos, moscas, morte do gado, peste, chuva de pedras, nuvem de gafanhotos, escuridão no céu e a morte dos primogênitos – EITA! - a fenômenos naturais.
A segunda vertente, que inclusive virou material para um documentário do famosérrimo produtor James Cameron (sim, aquele do Titanic e Avatar), chamado “O Êxodo decodificado”, associa as pragas à erupção vulcânica na ilha grega de Santorini (aquela das casinhas branquinhas, que todo mundo já viu pelo menos em fotos na internet), lembrando que a Grécia fica pertinho do Egito, separada apenas por alguns quilômetros de mar.
Vem ver o que eles dizem!
Sobre esta praga, a vertente “natural” afirma que a coloração vermelha da água poderia ter sido provocada por microalgas dinoflageladas que, principalmente em zonas portuárias, podem se reproduzir descontroladamente, causando esse efeito de 'mancha de sangue' na água.
Já a vertente “vulcânica” diz que a erupção pode ter provocado um terremoto e, com ele, fissuras no fundo do mar, liberando partículas de ferro e gás, gerando a oxidação e, consequentemente, o tom avermelhado na água.
Na teoria natural, esta invasão deu-se em consequência da anterior pois, com a contaminação da água, os anfíbios podem ter migrado em massa para outras regiões.
Na sequência vulcânica, essa migração seria por conta do gás liberado pelo vulcão.
De acordo com teoria natural, a infestação teria sido ocasionada por conta do clima quente e seco, que favorece a proliferação desses insetos. Os cientistas acham mais provável que tenham sido piolhos e, talvez até por conta disso, os antigos egípcios tinham o costume de raspar a cabeça.
Para aqueles que creditam o fato à erupção vulcânica, o mais provável é que tenham sido mosquitos, pois, com a falta de água, as pessoas abandonaram o hábito do banho e, com isso, já viu... (eca!)
Essa dá coceira só de imaginar! A teoria natural diz que, como as rãs tinham ido embora, as moscas ficaram sem seu principal predador, passando a se multiplicar freneticamente. Aliado a isso, elas naturalmente costumam voar em “nuvens”. (Cruzes!)
Na teoria vulcânica, o motivo dessa invasão seria também a poluição da água, que por si só, já atrai moscas e mais um monte de coisas que veremos adiante.
Olha aí o resultado das moscas! Sabemos que várias doenças são transmitidas por esses animais e, no caso desta praga, que dizimou os animais domésticos na região, ambas as teorias concordam que o motivo foi esse mesmo.
Algumas espécies de moscas, em especial a mosca-de-estábulo (nome sugestivo, não?), são responsáveis por transmitir doenças de alta mortalidade em bovinos e equinos, principalmente.
A sexta praga também é explicada pela teoria natural da mesma forma que anterior. As moscas foram “diversificando o cardápio” e picaram não só os animais domésticos como também os seres humanos.
Já a teoria vulcânica diz que as feridas foram causadas pelo gás expelido na erupção. Isso aconteceu novamente alguns anos atrás, precisamente em 1986, quando um lago no Camarões ficou avermelhado por conta da liberação de gases e os moradores da redondeza começaram a apresentar feridas na pele. (Uau!)
Essa explicação parece menos assustadora e mais perto do que a nossa realidade consegue nos mostrar.
A teoria natural fala que essa praga nada mais foi do que uma chuva fortíssima de granizo. Já a vulcânica, claro, diz que foram as rochas expelidas pela própria erupção, misturadas com fogo e lava.
Aqui temos novamente o efeito cíclico do desequilíbrio da cadeia alimentar. Em ambas as teorias, as alterações ambientais levariam também os gafanhotos a migrarem para outras regiões, fosse o granizo ou o fogo.
Naturalmente, essa escuridão no Egito pode ter sido causada por vários fatores: tempestades de areia, eclipse, nuvens de cinza vulcânica...
Nisso, as duas vertentes também concordam.
Essa talvez seja a mais bizarra delas, mas pra tudo há uma explicação. A teoria natural explica que era costume que os filhos mais velhos se alimentassem antes dos mais novos (tem aquela coisa da monarquia, em que o filho mais velho assume o lugar do pai e tal). Por isso, no caso de contaminação da comida, depois de tantas alterações ambientais, eles morriam primeiro.
No caso da erupção vulcânica, como os primogênitos tinham também o costume de dormir no chão, morreriam sufocados primeiro, já que o dióxido de carbono é um gás pesado e se desloca junto ao chão.
Depois de todas essas interpretações e possibilidades, podemos aprender que a Criação de Deus é perfeita e, para que nós possamos usufruir de todas as maravilhas que Ele nos dá todos os dias, devemos não só ser obedientes à sua Palavra, mas cuidar de tudo isso para que a natureza se mantenha no equilíbrio que foi pensado, criado e dado a nós por nosso Pai.
O faraó não entendia que as pragas eram, na verdade, não um "castigo de Deus", mas a forma com que Deus mostrou-lhe as consequências de sua própria conduta enquanto líder de um povo. Só quando ele foi diretamente atingido, com a morte do seu filho primogênito e sucessor do trono foi que o faraó percebeu, então, que precisaria mudar de atitude.
No fim, tudo isso é uma grande lição de conversão e de cuidado com as coisas de Deus.
:: Confira os encontros do Círculo Bíblico do mês de junho
Fonte: Revista Superinteressante
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