Viver em família é uma experiência muito rica e diversa. Cada família é única, porque é composta de pessoas que são também únicas e que se relacionam entre si a partir desta singularidade. Essa convivência normalmente é palco de grandes alegrias mas também de grandes desafios e dificuldades.
Mas antes de qualquer coisa, você sabe o que significa a vocação de ser família? É o chamado a ser Igreja doméstica, é o lugar privilegiado no qual a Igreja espera que se dê a transmissão da fé. É uma missão importantíssima. Na carta de São Paulo a Timóteo, encontramos uma passagem bonita que deixa isso mais claro:
“Evoco a lembrança da fé sincera que há em ti, a mesma que habitou primeiramente em tua avó Lóide e em tua mãe Eunice e que, estou convencido, reside também em ti.”
(2 Tim 1, 5)
Este é o desejo de Deus: que as famílias sejam núcleos de vida cristã. Mas nem sempre isso acontece. Existem dificuldades por todos os lados. Pode ser a má formação na fé dos pais ou uma família separada por qualquer motivo, bem como a falta de entendimento entre pais e filhos... Isto para não mencionar os desafios que ainda aparecerão, com todos os ataques à família que hoje vivemos culturalmente.
A primeira coisa que nos parece interessante pensar é a necessidade de olhar para a própria família com objetividade:
Como é a minha família? Ela propicia uma vivência cristã autêntica ou não?
Depois, é preciso saber que não somos determinados pelo meio que nos rodeia. Diria que nem sempre “filho de peixe, peixinho é”. É possível ser diferente, mudar, apostar por um estilo de vida diferente do que me é proposto.
Uma coisa é certa: o 'ser cristão' vem com suas dificuldades, seja onde estivermos, na situação em que nos encontrarmos, porque não existe cristianismo sem cruz. O jovem precisa ter uma convicção interior: “Meu encontro com Cristo é verdadeiro e experimento que quero ser cada vez mais como Ele”. A partir disso, é ele quem começa a transformar a realidade que o rodeia, e não o contrário.
Se a família não é aquilo que deveria ser, ele, lutando por ser um bom cristão, buscará maneiras para que isso possa ir mudando pouco a pouco, respondendo ao egoísmo com generosidade, à soberba com humildade, à falta de caridade com o perdão, sendo obediente mesmo quando o custe, enfim.
E, mesmo em uma família que seja 'bem católica', sempre é preciso crescer em conformidade com Jesus. É preciso buscar, em família, que Cristo seja realmente o centro, pois é Ele quem nutre o amor vivido no interior dessa casa. Se os mais velhos são os responsáveis por transmitir a fé, os mais novos são responsáveis por acolher essa fé e fazê-la viva, renová-la e acrescentá-la.
Tudo isto deve ser feito com a única intenção que coloca São Paulo em sua carta aos Colossenses, antes de começar a falar das relações familiares: “Tudo quanto fizerdes, por palavra ou por obra, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai” (Col 3, 17). Ou seja, que a família seja um lugar que dê glórias a Deus pela santidade de vida de seus membros.
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