O termo "bullying" se popularizou como a forma de retratar uma realidade muito triste que ocorre em vários locais do mundo. Não existe ainda uma tradução em português que compreenda todo o sentido dessa palavra, mas podemos pensar nas seguintes realidades: ameaça, assédio, intimidação, judiar ou implicar. Com isso em mente e com toda a atenção que tem tido esse tema hoje em dia, penso que já sabemos claramente ao que ele se refere, mas que é preciso aprofundar um pouco mais para se chegar a raiz da situação.
Talvez possamos ver o bullying desde uma perspectiva mais espiritual. E aí uma das coisas que enxergamos é a afirmação de uma pessoa sobre a outra. Isso nos leva a pensar, para nós católicos, onde é que foi parar o valor de cada pessoa. Talvez aquele que pratique bullying não saiba o valor que possui e por isso precisa se afirmar em algo externo como o ser valente, para conseguir esse sentimento de ser importante para si mesmo e para os demais.
Além disso, não conhecendo a própria dignidade, desconhece a da pessoa ao seu lado e então encontramos a pura e simples lei do mais forte. É preciso que eu me defenda, defenda a minha dignidade e o meu valor porque senão outros passarão por cima de mim. Mas isso está muito longe da realidade que a nossa fé cristã nos revela. Nela descobrimos que nossa dignidade não depende de nós, do que façamos ou do que deixemos de fazer. Ela vem do Senhor e ninguém pode tirar isso de ninguém.
É preciso resgatar o valor do ser humano, que está em Deus
É Deus quem confere a nossa dignidade de filhos e filhas por meio do batismo que recebemos. Cada um de nós é infinitamente valioso para Deus e como, como irmãos e irmãs, também deveríamos considerar todos como infinitamente valiosos. As diferenças que possuímos, quando são bem entendidas e dialogadas, são sempre uma riqueza para o mundo porque são reflexo da grandeza de Deus.
Mas falar isso é muito fácil, o difícil é no dia a dia conseguir colocar isso em prática por causa das falhas que encontramos por todo lado nos outros e também em nós mesmos. Somos pecadores e esse é o real problema de fundo que precisa ser levado em consideração. Os pecados são, podemos dizer, formas de afirmar-nos em nós mesmos e não em Deus. O primeiro passo então é sempre buscar que todos tenhamos uma maior intimidade com o Senhor, para que convertendo o nosso coração possamos nos encontrar com o nosso valor e consequentemente com o valor de cada ser humano.
Se o bullying é também essa forma de afirmar-se sobre outros colocando o valor em outras realidades que não Deus, é exatamente ai que se “corta o mal pela raíz”, ensinando onde está o nosso verdadeiro valor por meio, sobretudo, de uma vida cristã autêntica e do testemunho que possamos dar os cristãos da consciência do bem infinito que é toda e qualquer vida humana.
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