Poderíamos gastar todo o espaço deste texto trazendo algumas definições de fé mais ou menos bonitas, que foram dadas ao longo da história da Igreja. O autor da carta aos Hebreus, por exemplo, nos diz de forma muito bela:
“A fé é uma posse antecipada do que se espera, um meio de demonstrar as realidades que não se veem” Hebreu 11,1
De acordo com essa definição, a fé é uma posse. Mas uma posse de quê? O que é que esperamos e que, ao mesmo tempo, já possuímos? Isso não é contraditório em si mesmo?
Em outra passagem, São Paulo diz aos Romanos que a fé vem pelo ouvir e o ouvir a palavra de Cristo (Rm 10, 17). Se você está lendo esse texto, provavelmente já ouviu falar de Jesus e já ouviu Jesus falar por meio da sua Igreja, seja nas Sagradas Escrituras, seja em uma participação na Liturgia. Mas, muitas vezes, nossos ouvidos já estão acostumados com essas palavras e elas acabam tendo dificuldade de chegar ao mais profundo do nosso ser.
Um bom exercício é tentar fazer memória daquele anúncio original que nos foi feito. Aquele que fez nascer em nós a chama da fé. Pode ser que esse anúncio original esteja em nossa família, assim como para o jovem Timóteo, que escutou falar da fé por meio de sua vó e de sua mãe. Pode ser que esse anúncio original esteja nas experiências de infância, de ir à missa sem entender muito, mas que proporcionaram uma escuta de um anúncio de Cristo. As possibilidades são infinitas.
Porque o exercício da fé é importante?
Porque ele traz a fé para o âmbito do pessoal. Muitas vezes, a fé é vista como um conteúdo com o qual prestamos o assentimento. Nesse sentido, a fé não seria muito diferente de uma adesão a um partido político ou a um grupo de filosofia. Mas ela é muito mais do que isso, embora esse assentimento esteja também compreendido pela fé. Ela é, antes de qualquer coisa, um deparar-se com a realidade de Jesus, vivo e encarnado. De uma maneira misteriosa, encontramos Sua presença no mundo e Sua divindade, mesmo que velada, nos leva a aderir-nos à vida cristã que Ele nos propõe. A vida de oração, se partimos desse encontro real com Cristo, se prolonga em renovar e aprofundar esse primeiro encontro.
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Jesus Cristo é realmente Deus feito homem. Essa é a realidade que nos é anunciada e que, ao escutar, assentimos com a fé. Junto com a esperança e a caridade, a fé forma o grupo de virtudes teologais, ou seja, que são dons diretos de Deus. É esse dom que precisamos descobrir em nossas vidas. E ele com certeza está lá, porque Deus sai ao encontro de todas as suas criaturas com o desejo de salvá-las do pecado e inseri-las na vida da Graça. Enquanto peregrinamos nessa terra, vivemos pela fé, em uma espécie de penumbra, mas confiantes porque nossa fé é em um Deus que não defrauda.
Sabemos, no entanto, que a fé vai se acabar, mas em um sentido positivo. Juntamente com a esperança, quando Jesus se manifestar novamente no final dos tempos e o Reino de Deus for definitivamente instaurado, só sobrará a caridade, o amor. Fé e esperança terão cumprido já o seu papel e não serão mais necessárias, porque já estaremos em posse (não mais só antecipadamente) daquilo que o nosso coração mais deseja: O encontro real e definitivo com Deus.
Ter fé é, então, muito mais do que acreditar que Deus existe ou que ele vai me dar coisas. É assentir a verdade de Cristo que nos foi anunciada. É viver desse encontro com Ele cada vez mais renovado e profundo. É verdadeiramente estar no mundo sem ser do mundo. É apostar tudo por Cristo, queimando todos os navios que poderiam nos levar de volta a uma vida sem Ele. É um salto em um clarão ainda meio escuro, como o sol que de manhã já começa a clarear o dia sem se mostrar ainda em todo seu esplendor.
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