Por Lucas de Bem

A Páscoa é a festa maior da nossa fé, o momento alto do nosso calendário litúrgico, só ocorre depois de pouco mais de 40 dias de intensa revisão de vida, ou seja, após a Quaresma. O temo Quaresmal é um tempo de oração, reflexão e penitência, uma preparação digna para assim podermos viver e nos alegrar plenamente em Cristo ressuscitado!

Nesse contexto, podemos aproveitar para também refletirmos e aprofundarmos nosso discernimento vocacional. Assim, como nos preparamos de modo especial para a Páscoa, preparemo-nos para viver plenamente nossa vocação!

Todo discernimento vocacional é alicerçado pela oração, reflexão e pelo deixar agir de Deus em nossa vida, muito parecido com os exercícios espirituais da Quaresma, não?!

Independente da sua vocação, todas tem algo em comum, a busca em viver a vontade de Deus em nossa vida. Algo que alegra o coração do Pai e o nosso, por isso, é necessário que vivamos de forma intensa esse momento, buscar ouvir a voz (e a vontade) de Deus é silenciar os ruídos externos que nos atrapalham de ouvir aquele que nos chama a todo momento.

Santa Tereza de Jesus em seus ensinamentos sobre as moradas, fala sobre o porquê ouvimos e vemos tão pouco a Deus (fica a dica de leitura). Ela nos ensina que a cada momento em que vencemos as ocasiões, tentações e buscamos viver a vontade do Senhor, nos aproximamos Dele, desse modo Ô ouvimos e vemos melhor, cada vez mais.

Beleza! Entendi que os exercícios espirituais da Quaresma podem me ajudar no discernimento vocacional, mas como posso fazer isso na prática? E onde entra a Páscoa nisso tudo?

Foto de Igor Rodrigues na Unsplash

Olha só: a penitência nos dá a graça de focarmos em Deus, tirando aquilo que nós gostamos muito, mas não é essencial em nossa vida. Compreendemos que possuímos controle sobre nossos prazeres e vontades, dando espaço para Deus agir em nossa vida e não ao pecado ou nossas fraquezas.

Com a Oração ficamos mais fortes e criamos intimidade com o Pai, afinal, pra vencer os pecados, vícios e ocasiões precisamos de força (não disse que seria fácil viver a penitência) e para ouvir a Deus precisamos ter um relacionamento, um diálogo verdadeiro e franco com Ele.

E não existe discernimento vocacional sem reflexão, somos homens e mulheres que se constituem pela fé e razão (Fides et Ratio), precisamos nos conhecer e conhecer nossa história para ver o que Deus já revelou em toda nossa caminhada e para estar atento aos sinais atuais! Fica esperto, Jovem!

Unsplash/ Patrick Fore

E chegamos a Páscoa que é a festa, a coroação de toda essa caminhada de renúncias, alegrias e aprofundamento em Deus! Páscoa vem do hebraico Pesach e significa passagem, ou seja, é um momento oportuno de nos alegrarmos e vivermos o novo. Assim, como nosso discernimento vocacional não acaba na hora que "decidimos" ou "encontramos" nossa vocação.

A Páscoa do povo Judeu que caminhava no deserto por 40 anos não acabou quando entraram na Terra Prometida, nem a Páscoa de nosso Senhor Jesus Cristo quando Ele ressuscitou. O primeiro acontecimento só se deu após a preparação e mudança de vida do povo escolhido e levou a muitos acontecimentos que prepararam o caminho para a Páscoa de Cristo que nos deu a salvação e a remissão de nossos pecados, iniciando um novo tempo.

Esse momento da nossa Páscoa vocacional marca o início de uma caminhada ainda mais confiante e madura em Deus. Além disso, na sua vontade, assim caminhamos rumo a vivência plena daquilo que é o plano de Deus para nós, para que assim nossa vocação seja santa, fecunda, alegre e (muito importante) de entrega ao serviço do reino e do próximo! Vocação acertada, vida feliz!

Portanto, para chegarmos a Páscoa, passamos por uma preparação profunda e verdadeira. É necessário que isso aconteça e precisamos estar abertos para sermos moldados por nosso Pai, deixando para trás muita coisa velha e que não convém ao novo que Deus tem para nós, é preciso coragem! Então, você está pronto para viver a Páscoa na sua vida?

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