Há males que não discriminam suas vítimas: alto, baixo, rico, pobre, homem, mulher. O suicídio é uma realidade muito dura, e não é tão distante quanto alguns pensam.
Faz um tempo, eu fazia visitas a um hospital para crianças. Fiquei surpreso ao saber de uma criança de 12 anos que estava internada porque tinha tentado tirar a própria vida.
O que pensar de uma pessoa que quer tirar a própria vida? Ou, reformulando, como ajudar uma pessoa que quer tirar a própria vida? Reflitamos mais um pouco sobre esta trágica realidade.
Uma primeira consideração é o fato dela ferir algo tão básico quanto o instinto de autoconservação. Os seres vivos têm este instinto. Todos nos protegemos e cuidamos para preservar a nossa vida (pensando ainda em fatores físicos, mesmo).
Então, o que pode levar a contestar uma realidade tão fundamental?
Aprofundando sobre o valor da vida humana, a Igreja ensina que “o amor para consigo mesmo permanece um princípio fundamental de moralidade” (Catecismo da Igreja Católica, n.º 2264). Pois bem, os elementos colocados até agora indicam que o suicídio é uma realidade grave e lamentável, mas, ao mesmo tempo, dão espaço para perceber que “condenar” a quem o comete seria inexato. Deve ser frisado que o suicídio é um mal, mas afirmar a condenação eterna de quem fez tal ato não é uma consequência necessária desse pressuposto.
A Igreja, sabiamente, nunca afirmou que alguém específico estivesse condenado. O inferno, a condenação, existe; mas cabe a Deus realizar o juízo particular de cada homem que teve sua vida como “tempo aberto à aceitação ou à rejeição da graça divina, manifestada em Jesus Cristo” (Catecismo da Igreja Católica, n.º 1021).
Agora, sendo que o suicídio é um ato grave realizado pela própria pessoa, era difícil explicar como, embora realizando este último ato na vida, a pessoa ainda poderia ser salva. Neste sentido, chama a atenção o fato de que, até o século XX, não se celebravam as exéquias para o cristão que havia cometido suicídio.
O que aconteceu no século XX que possibilitou a “reformulação” atual?
Pois bem, as descobertas da ciência psicológica ajudaram a perceber que, no mundo interior da pessoa, interagem mais elementos dos que se imaginava até então. Para o interesse específico da moral cristã neste tema, estas descobertas levaram à percepção de que o suicídio pode ser um ato não tão voluntário quanto parece. O suicídio é grave e é uma decisão que a pessoa faz num momento determinado. Mas na hora de avaliar moralmente, lembremos que para ser um pecado, tem que ser um ato livre e consciente.
O Catecismo, nos parágrafos de 2280 a 2283, explicita claramente que “perturbações psíquicas graves, a angústia ou o temor grave duma provação, dum sofrimento, da tortura, são circunstâncias que podem diminuir a responsabilidade do suicida”.
E encoraja as pessoas próximas de quem cometeu tal ato: “Não se deve desesperar da salvação eterna das pessoas que se suicidaram. Deus pode, por caminhos que só Ele conhece, oferecer-lhes a ocasião de um arrependimento salutar”.
Como prevenir?
Aqui citamos alguns elementos morais e psicológicos. Valeria a pena um texto completo sobre prevenção, mas para dizer só uma palavra, é da maior importância uma adequada formação moral e psicológica, sendo que “formação” não significa apenas ler livros ou ir a palestras de estudiosos do tema. A formação é, na verdade, o processo pelo qual o Pai forma, na pessoa, a imagem do Filho pela ação do Espírito Santo. Formação seria cooperar neste processo. No caso, especificamente no campo da moral e da psicologia.
Saiba mais: Depressão entre jovens, preconceito e tratamento
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