Quem está acostumado a participar na Igreja com certeza já escutou alguém dizer que Deus sempre surpreende com seus caminhos. E quando o assunto é vocação, parece que a surpresa está sempre presente na pessoa que se depara pela primeira vez com o questionamento: “Será que Deus está me chamando para algo diferente”?
Acontece nos lugares mais diferentes, diante das mais diferentes situações. Às vezes em um grande evento como a JMJ, outras vezes, em uma leitura Bíblica no próprio quarto. O certo é que Deus chama e nem sempre é fácil responder.
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Aliás, podemos dizer com segurança que nunca vai ser fácil responder o chamado de Deus. Se contássemos apenas com as nossas próprias forças, certamente seria impossível. Mas, porque contamos com a Graça de Deus, podemos ter esperanças de escutar e responder com generosidade aquilo que Ele nos pede. E não é fácil, porque o caminho do Senhor é o caminho da Cruz e nós não gostamos de caminhos com cruzes. Sabemos que o Senhor nos chama a passar pela porta estreita, mas insistimos em buscar àquela mais larguinha, para passar mais folgado.
Isso pode soar um pouco abstrato, mas não o é em absoluto. Qualquer um que busca viver uma vida cristã honesta sabe que os dilemas pelos quais se passa podem ser bem difíceis. No campo vocacional isso se torna ainda mais angustiante porque é uma decisão que vai direcionar toda a vida e não apenas uma parte dela. E muitas desculpas podem facilmente aparecer:
Deixar esse questionamento para depois, aproveitar um pouco a vida antes de entrar para o seminário ou para uma comunidade religiosa, namorar um pouco mais antes de virar seminarista ou querer forçar um pouco mais a vida no seminário sabendo que não é essa a vontade do Senhor.
Em resumo, muitas vezes dizemos ao Senhor a mesma coisa que aquela pessoa na Bíblia disse: “Senhor, deixa primeiro que eu enterre meu pai” (Mt 8, 21). E se faz isso porque se existe uma fé, essa fé não é suficientemente grande para que, por ela, se entregue a vida inteira aos desígnios de Deus. Sabe-se que o seu plano é o melhor para a vida, mas não se consegue, na prática, viver dessa forma. Assim a pessoa fica algum tempo, às vezes muito tempo, relutando, tentando ver as coisas de outra forma, fugindo da raiz da questão.
Por isso é muito importante que não se viva essa experiência no isolamento do próprio interior. Sozinho, alguém que não tem experiência na vida espiritual pode facilmente ficar muito confuso e não ser capaz de enxergar com alguma claridade aquilo que Deus está fazendo em sua vida.
Mas como Pedro, que ao começar a caminhar pelas águas fica com medo e começa a afundar e grita pelo auxílio do Senhor, o caminho é sempre colocar-se confiadamente nas mãos misericordiosas de Deus. Se a pessoa luta por manter-se sempre próxima de Deus, Ele vai vencer a luta e o coração se entregará a Ele.
Responder a própria vocação específica é entrar em uma relação cada vez mais íntima com o Senhor. Seja o matrimônio, a vida consagrada, a vida apostólica, a vida sacerdotal ou religiosa. Todas as vocações possuem suas particularidades, dificuldades e alegrias. Todas elas exigirão uma entrega que só é possível se o fundamento está em Deus. O mais importante é o real desejo de seguir o Senhor, junto com a coragem de ir se colocando cada vez mais em suas mãos.
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