Particularmente falando, estes são os festejos populares que mais gosto, onde a cada ano celebramos com o mesmo fervor, com cores, alegria, muita comida, danças e, claro, tudo isso ligado à fé e piedade popular das pessoas (porém, este ano fica devendo, né). As festas do mês de junho movimentam o nordeste de forma espetacular, e eu, como um bom cearense, não tenho como ficar de fora deste clima que a todos contagia neste período (alguém disse arraiá em casa?!)
Leia MaisComo participar do Terço JM e receber inúmeras bençãos de Nossa Senhora Aparecida?Já sinto até saudade de escutar as canções tão antigas e sempre novas que embalam os passos dos dançarinos de quadrilha e enlaçam os casamentos matutos. Do cheiro do bolo de milho, canjica, pé de moleque e vatapá que dão um sabor especial à festa, e do calor da fogueira aquecendo a vida, a alegria e a vontade de celebrar daqueles que em volta dela se reúnem. Mas, essas festas que hoje celebramos com tanta alegria e propriedade cultural não surgiram no nordeste e muito menos no Brasil.
As Festas Juninas e as festas católicas
O surgimento dessas festas vem da Europa, no período pré-gregoriano. Nasceu como uma festa pagã em comemoração à grande fertilidade da terra, às boas colheitas.
Para este fato, na época, foi dado o nome de solstício de verão. Essas comemorações também aconteciam no dia 24 de junho, para nós, dia de São João Batista.
Mas foi somente depois que o cristianismo foi afirmado como a religião oficial da Europa que os cristãos foram se apropriando das festas e dando então um novo significado, agora religioso, para as mesmas, pois já não era mais admissível uma sociedade religiosa continuar celebrando festas pagãs.
Passaram a chamar estas comemorações de festas Joaninas, fazendo memória ao primo de Jesus, o Batista. As festas que já existiam foram cristianizadas e o dia da morte ou nascimento de alguns santos corroboraram para tornar cada vez mais uma festa de fé, como é o caso de Santo Antônio, São Pedro e São João.
Influências culturais
Depois da origem desses festejos, as celebrações juninas foram ganhando características específicas de alguns países antes de chegar ao Brasil. É possível notar grandes influências dos portugueses, espanhóis, chineses e franceses na maneira de se fazer estas celebrações.
As quadrilhas, o destaque dos festejos aqui no nordeste, foram inspiradas nas danças marcadas dos nobres franceses. Aqui o puxador da quadrilha grita: “Anavam! Anarriê!”, mas que, na verdade, seriam os comandos En avant e En arriere,de ir para frente e para trás, que os franceses utilizavam em suas celebrações da nobreza.
O costume de se soltar fogos de artifício veio da china, de onde veio a manipulação da pólvora. Já as fitas e cores são advindas da Espanha e Portugal. A festa já chegou bem misturada ao Brasil e aqui houve ainda mais mistura. Elementos da cultura africana e indígena ainda foram incluídos e tornou o que hoje conhecemos como umas das maiores festas brasileiras.
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O mais bonito de ver, nesta celebração toda, é que as pessoas estão sempre sendo movidas pelo espírito de piedade popular aos santos nos quais festejamos. É realmente uma festa de fé. É onde ainda vemos, em meio a uma sociedade que relativiza a piedade, que outrora era tão forte, as pessoas se reunindo com o intuito de celebrar algo que está intimamente ligado com o Divino e as faz se alegrar por este período.
Quando arde a fogueira de São João, quando os homens carregam o Pau de Santo Antônio e quando os pescadores fazem suas imensas procissões marítimas em honra ao seu padroeiro São Pedro, é sinal de que ali tem um povo que ainda se reúne para celebrar a fé, pois sabem que sem ela pouco seriam. É realmente assim a confiança que o sertanejo, festejando as festas juninas, põe na sua fé. E é por esta certeza que nos alegramos, que dançamos e fazemos a maior das festas.
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