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“Caríssimos”. Era assim que o padre Vítor Coelho de Almeida iniciava seus programas todos os dias na Rádio Aparecida. Dirigia-se especialmente aos milhares de devotos que o ouviam fielmente todos os dias. Estes, porém, não se restringiam somente às ondas do rádio. Padre Victor, como missionário zeloso que era, exercia seu apostolado junto aos romeiros de Nossa Senhora e com os colaboradores do Santuário Nacional.
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"Essas fotografias eu tiro para eles se lembrarem de ir á
missa domingo. Bendito quem vai à missa no domingo."
Pe. Vítor Coelho de Almeida,C.Ss.R.
Seus caríssimos se lembram com carinho e saudade do Apóstolo de Aparecida. Foi isso que constatamos quando conversamos com alguns colaboradores e sacerdotes da Casa da Mãe Aparecida, que tiveram contato com o padre Vítor. Conheça abaixo as lembranças mais carinhosas daqueles que o conheceram em vida:
Padre Agostinho Frasson, C.Ss.R.: “Convivi com o padre Vítor de 1982, ano em que ele veio morar no Convento do Santuário Nacional à 1987, ano de sua morte. Morávamos no mesmo corredor. Sempre me chamou atenção a consagração e também as viagens que ele fazia de cidade em cidade pelo Brasil afora com a imagem de Nossa Senhora, conforme o pedido dos próprios párocos. Na Rádio Aparecida, ele realizava alguns programas além da "Consagração", ele tinha ao meio-dia, "Os ponteiros apontam para o infinito" e quinta-feira, ele fazia a missa do "Santíssimo" que também era transmitida pela rádio. Sua dedicação pela rádio e pelos romeiros não foi delimitada pela idade. Ele sempre perguntava e pesquisava, buscava dar o melhor de si na sua pregação. Sua perseverança no trabalho apostólico marcou a minha vida. Padre Vítor foi um grande catequista através dos meios de comunicação.
Outro fato interessante, é que ele foi o autor da consagração que é rezada às 15h e após às missas. Atualmente o texto está modificado, pois foram inseridos elementos que lembram a presença de Cristo na vida de Maria. Um fato que me marcou foi o dia de sua morte. Ele levantou antes das 6h, atravessou do quarto dele para meu quarto e bateu com a mão espalmada na minha porta umas três, quatro vezes para pedir socorro, mas não falou nada. Então ele voltou para o quarto, e então chegou um confrade que o encaminhou junto ao irmão Santana e ao padre Cron para a Santa Casa, apesar do padre Vítor, pressentindo a sua morte, desejar ter ficado ali e morrer entre seus confrades. Ele não chegou a ser atendido e faleceu na porta do hospital.”
Cida Souza – Centro de Apoio ao Romeiro: “Quando criança gostava de pedir a bênção do Padre Vítor. Me lembro dele entrevistando os romeiros na galeria do atual Hotel Recreio, e das longas filas de romeiros, que se formavam para uma foto ou uma palavra amiga do padre. Gostava muito de ouvir seu programa do meio-dia, “Os ponteiros apontam para o infinito.”
Sr. Lázaro – Departamento de Obras do Santuário Nacional: “Durante algum tempo fui coroinha do Padre Vítor em suas missas. Pouco depois passamos a ser amigos e cheguei até à ir algumas vezes à praia com ele. Sempre me chamou atenção sua forma de falar, como grande orador que era. Cativava à todos com sua sabedoria e humildade na explicação dos Evangelhos. Em suas pregações, o padre sempre falava de saúde para as pessoas, ensinava como deveriam tratar dos alimentos e da água. Me recordo de seu alegre contato com os romeiros, pelos quais tinha grande carisma. Sempre se dispunha a tirar fotos com eles. Para mim, padre Vítor já é santo, só falta o papa declarar.”
Sr. Marinho – Departamento de Obras do Santuário Nacional: “Tive meu primeiro contato com o padre Vítor quando fui trabalhar no Convento Velho, em 1958. Ele era um padre que gostava de conversar e contar suas histórias, sempre sorridente. Sempre estava junto das pessoas e se preocupava conosco. Perguntava sobre nós e nossas famílias. Me lembro que ele aproveitava a hora do café para fazer suas pregações para nós, que na época trabalhávamos na construção da Basílica Nova. Como não entendíamos muita coisa, ele usava elementos do campo e do dia a dia para explicar o Evangelho. Quando o padre veio morar no Convento do Santuário, costumava andar no meio da obra para conversar com os funcionários. Quando ele morreu, construí seu túmulo, erguido onde hoje é a capela do Santíssimo. Participei emocionado de seu funeral dentro da igreja que estava lotada. Quando seus restos mortais foram transferidos para o Memorial Redentorista, mais uma vez ajudei na construção de seu túmulo, mas agora tive a felicidade de carregar o caixão que continha seus restos mortais, da Basílica Velha para o Memorial.”
Padre Victor Hugo Lapenta, C.Ss.R.: “Conheci o padre Vítor aos 9 anos de idade, no ano de 1939. Ele foi um grande incentivador da minha vocação, pois me entusiasmei com o trabalho missionário dele, e durante a missão fui dizer ao padre Vítor que queria ser padre também, mas como era muito novo, o padre disse que viria me buscar dois anos depois, mas nesse tempo, ele pegou uma pneumonia e estava se tratando em Campos do Jordão. Outro missionário foi me buscar, e fiquei estudando aqui em Aparecida. Quando o padre Vítor voltou, trabalhamos durante um ano na mesma comunidade, e mesmo após sua transferência nos encontrávamos sempre. Foi um homem de convivência direta e imediata com os homens simples, pois participava ativamente da vida de comunidade. Era um homem de vigor atlético. No fim de semana íamos às Pedrinhas para nadar. Gostava de jogar futebol, mesmo depois dos seus sessenta anos. Além de tudo era corintiano.”
Querido pelo povo, que já em vida o chamava de santo, padre Vítor Coelho de Almeida encontra-se atualmente em processo de beatificação.
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