Por Rádio Aparecida Em Notícias Atualizada em 15 SET 2020 - 10H34

Conheça a realidade da seca e semiáridos brasileiros



Condenadas à mais absoluta invisibilidade, a realidade do descaso é o que marca uma história. No Brasil, as comunidades quilombolas só passaram a ser reconhecidas como sujeitos de direitos a partir da Constituição Federal de 1988. Isso significa que, a partir da Constituição, as necessidades dessas comunidades também devem fazer parte das políticas públicas brasileiras, mas o que se encontra e o que se vê é uma realidade de quem segue vivendo às margens da sociedade.

O único apoio vem da Igreja: o município de Cacimbas (PB) faz parte da diocese de Patos, que fica a pouco mais de 300 km de distância de João Pessoa, capital do Estado.

A Diocese de Patos é uma das cinco dioceses do Estado da Paraíba e a ação social que ela desenvolve tem mais tempo que a própria diocese: são seis décadas de trabalho. São 63 anos não só de existência, mas de convívio e luta junto ao povo. Seja no sertão ou em qualquer lugar desse país, ninguém pode passar por uma vida condenada à invisibilidade.

Ainda que sejam grandes as carências e muito maior a dívida social com as comunidades quilombolas, a história pode, sim, começar a ser reescrita.

Ouça relatos:

- Leandra Marques, líder da comunidade quilombola Chã do município de Cacimbas (PB)

- Thiago Martins, procurador da República

- Padre João Saturnino, presidente da Ação Social Diocesana de Patos (PB)

A barragem de Oiticica fica no município de Jucurutu (RN), a 260 km da capital, Natal. A barragem vai represar águas do rio Piranhas-Açu que, depois da transposição do São Francisco, deve ser definitiva.

E onde a falta d'água é uma realidade, falar em abastecimento permanente é falar da possibilidade de uma vida nova e a barragem de Oiticica é essa promessa de uma solução para seca do Seridó Potiguar. Hoje, o valor total da obra, que deveria ter sido entregue há dois anos, é de R$ 550 milhões e, sem terminar, o novo prazo ficou para o final de 2019.

O Ministério Público Federal a pedido do movimento dos atingidos pela barragem após a chuva, em 2018, fez uma perícia bem detalhada, que apontou graves falhas estruturais na construção das casas. Mas o povo segue lutando e resistindo, porque assim estão descobrindo a força que têm para transformar histórias.

Ouça relatos:

- Procópio Lucena, articulador estadual da Siapac - Serviço de Apoio aos Projetos Alternativos Comunitários da igreja do Rio Grande do Norte

- Dom Antônio Carlos Cruz Santos, bispo da diocese de Caicó (RN)

O Propac é um Programa de Promoção e Ação Comunitária da Ação Social Diocesana de Patos (PB), onde algumas das tecnologias sociais que a Igreja desenvolve junto ao povo incluem o programa "Cisternas nas Escolas".

A proposta do projeto é, justamente, possibilitar e levar acesso à água potável nas escolas rurais do semiárido. Para isso, é utilizada uma cisterna de 52 mil litros, que serve para fazer o armazenamento da água da chuva e, ao mesmo tempo, fortalecer a permanência do homem no campo e diminuir a baixa taxa de aprovação e o abandono dos estudos.

A tecnologia social, com a presença de uma cisterna na escola, significa que as portas estarão sempre abertas, como mais uma prova de que, ainda que os desafios da Igreja com a seca no semiárido sejam grandes, maior é a resistência e a transformação do povo.

Ouça relato:

- Genilda Herminio, merendeira em escola rural em Várzea (PB)

- Elinaldo Araújo, coordenador pedagógico da ação social diocesana

- Suzana de Medeiros, supervisora escolar

A falta d'água é uma realidade que ainda atinge milhares de pessoas no semiárido brasileiro, o que torna a água por aqui o elemento mais desejado. Negar o acesso à água potável é negar um direito humano essencial e onde existe a seca tem a fome.

No estado de Alagoas, no município de Palmeira dos Índios, a resposta não é diferente do que se encontra em Pernambuco.

E assim o homem vai sendo expulso do campo. As famílias tradicionais que sempre viveram na zona rural, sem opção, se veem obrigadas a ir em busca da sobrevivência.

Maior que o sofrimento é a fé e esperança de um dia ver as necessidades básicas das famílias atendidas. Que a sede e a fome um dia não sejam mais uma realidade e que os filhos experimentem o que todo ser humano por direito merece ter e viver: a dignidade.

Ouça o relato:

- dom José Sales, Bispo da diocese de Pesqueira (PE)

- Manoel dos Santos, faz parte da Cáritas Diocesana de Palmeira dos Índios (AL)

- Maria José, agricultora

Ao longo das últimas décadas, diversos conhecimentos, tecnologias sociais e inovações tem sido criadas e experimentados na ideia de que a seca é algo natural do sertão. O caminho não é de combate, é preciso pensar na convivência com semiárido.

Mobilização social é uma ferramenta importantíssima e isso encontra no estado de Pernambuco, no município de Buíque. Lá criou-se um projeto de sistemas de abastecimento e tratamento da água feito a partir de uma gestão comunitária, que atende 80 famílias, é o sistema comunitário de abastecimento e tratamento de água Aliança.

Toda a implementação do sistema foi feita pela própria comunidade que fica responsável por pagar agora uma conta social. A ideia é trabalhar com as comunidades o uso consciente da água e também para manter o sistema operando com água tratada e de qualidade na torneira.

Ouça o relato:

- Francisco Mário Gomes assessor técnico da Cáritas diocesana de Pesqueira

- Dona Cícera, moradora de Buíque (PE)

- Francimário Gomes, assessor técnico da Cáritas

- Dom José Luiz Sales, bispo da diocese de Pesqueira (PE)

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