Por Rádio Aparecida Em Notícias Atualizada em 17 ABR 2020 - 11H43

Desafios da Igreja expõe realidade indígena brasileira

Atualmente, lutas sobre demarcações de terra e preconceitos fazem sofrer comunidades indígenas no norte do país

TV Aparecida
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A Rede Aparecida de Comunicação se deslocou ao norte do país para encontrar indígenas que sofrem continuamente as investidas dos 'homens brancos', ou seja, grileiros interessados em desmatar e tomar as terras que são de direito dos indígenas.

A repórter Camila Morais, da TV Aparecida, registrou a rotina indígena na região. 

:: Veja o infográfico exclusivo no A12 sobre a Realidade Indígena

É cada vez mais complicada a situação dos índios, primeiros habitantes de terras brasileiras. São 305 povos indígenas no Brasil, com cerca de 900 mil pessoas, o que chega a cerca de 0,4% da população, segundo dados da Survival Brasil.

Em algumas aldeias, principalmente na dos índios karipunas, que estão a 4 horas da capital Porto Velho (RO), o medo é constante e diário, pois a aldeia vive em constante ameaça e invasão dos grileiros, que desmatam terras já demarcadas e homologadas para os karipunas.

Segundo a Irmã Laura Manso, missionária do Conselho Indigenista Missionário, desde 2015, com a votação da PEC 215 na Comissão Especial na Câmara dos Deputados, houve um avanço dessa invasão dentro da terra indígena.

Na primeira reportagem da série especial Desafios da Igreja – “Realidade Indígena” acompanhe a luta dos karipunas, que podem ser extintos da Amazônia por causa da exploração ilegal de território. Saiba como os grileiros fazem para vender os lotes de terra que já são demarcados para os indígenas:

A demarcação de terras indígenas é um direito garantido pela Constituição Federal de 1988 aos povos originários; antes das terras serem da União, pertencem primeiro aos indígenas. São dois artigos da Carta Maior do País, que fazem com que esses direitos prevaleçam ou, pelo menos, deveriam prevalecer.

O cacique Anastácio Peralta fala sobre a importância de ter a terra homologada. “Nós já fazíamos parte desse território, mas com a chegada dos colonizadores, foi dividindo nossa terra”, lamenta.

Na segunda reportagem da série especial Desafios da Igreja – Realidade Indígena, você vai entender a realidade da demarcação de terras que seriam dos guaranis-kaiowá, no Mato Grosso do Sul, e os problemas que surgem em função disso:

Em 2019, foi aprovada a liberação do Governo Federal para 166 novos compostos químicos para envenenar as lavouras. Nas aldeias guaranis-kaiowá, o calcário espalhado pelo chão é visível, exibindo a intoxicação que atinge principalmente crianças, jovens e idosos.

Para deixar as plantações bem verdes são necessárias toneladas de agrotóxicos. é dessa forma que o ataque aos guarani-kaiowá fica ainda mais desumano. Na terceira reportagem especial da série Desafios da Igreja – "Realidade Indígena", você vai acompanhar o quanto os indígenas no Mato Grosso do Sul são ameaçados por fazendeiros.

Com problemas ligados à demarcação de terras, os indígenas muitas vezes se veem forçados a buscar nas cidades a sobrevivência. Mais de 40% da população indígena brasileira vive em contexto urbano. É um contexto totalmente novo, em que eles precisam adaptar sua cultura a nova forma de viver.

Dom Roque Paloschi, presidente do Conselho Indigenista Missionário, convive com os indígenas e sabe dessa realidade. “Não é que eles vieram para cidade, as cidades ocuparam as terras deles. A maioria que está, também, vem porque suas terras não são demarcadas, são invadidas, são ocupadas e eles não tem aonde ficar porque o governo não reconhece esse direito”.

Na quarta reportagem especial da série “Desafios da Igreja – Realidade Indígena”, vamos abordar o preconceito. A falta de demarcação de territórios expulsa os indígenas para as cidades e , com isso, eles correm o risco de perder a cultura de mais de 500 anos.

Dentro do contexto de demarcação de terras, preconceitos e a ida a civilização em busca de sobrevivência, muito se perdeu da cultura dos guarani-kaiowá e outras tribos indígenas.

O papel do CIMI, Conselho Indigenista Missionário ligada à Igreja Católica, cumpre seu papel na defesa dos direitos dessa população inúmeras vezes abandonada pelo poder público. Dom Roque Paloschi, presidente do CIMI, afirma que é necessário compreender a espiritualidade deles para trabalhar junto aos indígenas.

O trabalho do CIMI é pelo reconhecimento dos valores próprios indígenas como a língua, os costumes a espiritualidade, a sua cosmovisão. Dessa forma, eles não perdem suas raízes e evidentemente que isso é um processo longo, porque nós passamos por muitas transformações nesses últimos anos. As comunidades indígenas foram atingidas e muito mais quando elas precisam desempenhar muita força e energia para conquistar aquilo que é sagrado na Constituição”.

Na quinta e última reportagem especial da série Desafios da Igreja – "Realidade Indígena", você vai conhecer o trabalho do Conselho Indigenista Missionário. O CIMI é o olhar da igreja católica para essa população tantas vezes abandonada pelo poder público.

Veja fotos dos bastidores das reportagens:


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