Por Beatriz Nery Em Notícias Atualizada em 11 ABR 2018 - 11H28

Desafios da Igreja: venezuelanos ficam em abrigos desumanos em Roraima

TV Aparecida
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A terceira reportagem da série especial do “Desafios da Igreja” ao ar no Notícias em Trinta e produzida por Talita Galvão com trabalhos técnicos de Marcos Prado traz o retrato do caos nas cidades de Pacaraima e Boa Vista, em que os venezuelanos índios da etnia Warao e os considerados crioulos ou não-indígenas, se espremem em abrigos cedidos pela prefeitura em parceria com o Governo Federal e Estadual. Um dos abrigos é um galpão reformado que tem capacidade para 200 pessoas, mas sem ter para onde ir, esse número já chega a 500 pessoas.

Questionado sobre as condições degradantes que vivem os indígenas, o prefeito de Pacaraima Juliano Torquato afirmou que a cidade não tem condições de assumir essa demanda sem o apoio do governo federal. “Nenhuma estrutura foi montada diretamente para a imigração dentro do município a não ser o abrigo que nós temos hoje ali da etnia warao, dos indígenas”, disse.

Na capital de Roraima, Boa Vista, o retrato do caos também faz parte da realidade do ginásio de esportes Tancredo Neves. Rosimar trabalhava com contabilidade na Venezuela e hoje vive com o filho no abrigo. “É incômodo estar aqui sem ter seu próprio banheiro. Temos que cozinhar com lenha, temos que lavar roupas em condições que não são adequadas. Veja onde nos levou esse governo do Maduro”.

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Em Pacaraima as atividades com os waraos no abrigo é feita por missionários da fraternidade, uma federação humanitária internacional que tem como objetivo praticar e disseminar a fraternidade. “Ficamos na atividade operacional tomando cuidado com as crianças para que não saiam pra rua, para que não entre qualquer um no abrigo e comprometa a segurança dos que estão aqui tanto como voluntários ou como abrigados. Depois, nós temos um trabalho muito importante e intenso que é cuidar da distribuição dos alimentos, nós recebemos os alimentos do estado e fazemos uma distribuição diária”, conta um dos participantes da fraternidade.

Irmã Telma Lage, coordenadora do Centro de Migrações de Direitos Humanos da Diocese de Roraima que cuida do abrigo em Boa Vista confirma que a situação realmente é desumana. “A gente tem notícia de crimes, de abusos, não tem comida e nem água suficiente para todo, é uma estrutura de morte”.

Ouça a terceira reportagem do "Desafios da Igreja":

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