Segundo dados atualizados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), o volume de consumidores com restrição no CPF cresceu 4,31% na comparação entre julho e o mesmo período do ano anterior.
Ao todo, o país fechou o mês passado com 63,4 milhões de negativados. Esse número representa 41% da população adulta. A maior parte dos negativados está entre o público de 30 a 49 anos.
De acordo com a economista chefe do SPC, Marcela Kawauti, são mais 32 milhões de brasileiros com CPF restrito, principalmente porque estão começando a vida. “Essa fase da vida é onde as pessoas tem o maior número de compromissos financeiros, constituem família, fazem financiamento de automóvel, financiamento de casa”, explica a economista.
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Com 31 anos e começando a vida em família, a comerciante Renata Silva é o retrato dessas mais de 32 milhões de pessoas que lutam diariamente para manter as contas em dia, mas que em julho infelizmente ingressaram no SPC.
“Eu fiquei endividada porque fiz o financiamento da minha casa própria, e além do financiamento que tenho que pagar, tive que parcelar a entrada. Dei prioridade para pagar a entrada junto à imobiliária que fez o financiamento e acabei deixando as demais contas de lado”, afirmou.
Leia MaisBrasileiro teve menos acesso a energia do que deveria, aponta pesquisaEntenda danos na formação de professores caso corte no MEC acontecesseFGTS poderá ser usado para comprar imóveis de até R$1,5 milhãoA economista avaliou que a principal razão pelo qual os números apresentam resultado negativo é o lento crescimento da economia brasileira. “A economia tem se recuperado de uma forma muito lenta. Isso faz com que o mercado de trabalho, que é geralmente a última variável a reagir numa tendência de melhora, ainda não tenha começado a gerar vagas, ou seja, o desemprego continua muito alto e, portanto, o orçamento do consumidor continua muito restrito”.
Para Marcela Kawauti não há expectativa de que a economia se recupere com muita força. “A inadimplência deve continuar muito alta, porque o mercado não deve se recuperar”.
Apesar dos problemas e das previsões negativas, a comerciante Renata Silva está tentando fazer acordos e acertar as contas.
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