O ministro do Clima e Meio Ambiente da Noruega anunciou a suspensão dos repasses de R$ 133 milhões que seriam destinados ao Fundo Amazônia. A Alemanha também já havia suspendido os recursos de R$ 155 milhões e se declarado contrária às mudanças feitas pelo governo de Jair Bolsonaro.
O congelamento da quantia e o possível fim do fundo poderá afetar a fiscalização contra o desmatamento e inviabilizar projetos dos estados da região.
O Governo Jair Bolsonaro divulgou, em maio deste ano, o interesse de usar recursos do Fundo Amazônia para pagar proprietários de terras que vivem em áreas de unidade de conservação, ou seja, que estejam irregulares em terras na grande maioria das vezes pertencentes aos índios.
Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente criticou a maneira com que os recursos doados pela Alemanha e Noruega estão sendo usados, e disse que existem irregularidades.
Em resposta ao governo, primeiramente a Alemanha suspendeu o repasse de verbas, e logo em seguida a Noruega também efetuou a suspensão.
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Fundo Amazônia
Desde 2008, data em que foi criado, o Fundo já recebeu mais de R$ 3 bilhões em doações. Ao todo, mais de 93% da quantia total foram repassados somente pela Noruega.
O volume de repasses é condicionado ao índice de desmatamento: quanto maior for seu avanço, menores são as verbas obtidas.
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Em meio ao congelamento dos investimentos do fundo, o Instituto de Pesquisa Imazon revelou que o desmatamento da Amazônia cresceu 66% no último mês, em comparação com julho de 2018. A área desmatada da região soma mais de 5 mil quilômetros.
Já o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que não possui ligação com o Imazon, informou que a área na Amazônia com alerta de desmatamento cresceu 278% em julho deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado.
André Guimarães, diretor executivo do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, analisa como o bloqueio desses recursos e as mudanças feitas pelo governo podem afetar o Brasil.
Para ele, outro motivo de preocupação com as mudanças realizadas pelo governo de Jair Bolsonaro é a questão da relação do Brasil em acordos comerciais com outros países, que também poderá ser bastante afetada.
O diretor do IPAM também comentou os dados e alertou sobre as consequências do desmatamento:
Queimadas na Amazônia
Diante do cenário em que os olhares estão na floresta, as queimadas que atingem a região da Amazônia desde julho podem ser vistas do espaço, segundo fotos do satélite divulgadas pela Nasa. Segundo a agência, o número dos incêndios pode ser um recorde.
O país registrou, entre janeiro e o último dia 19 de agosto, um aumento de 83% das queimadas em relação ao mesmo período de 2018, com 72.843 focos de incêndios até o momento, segundo INPE.
Aurinete Brasil, coordenadora dos cursos de pós graduação da FADISI Rio Branco e membro da Cáritas Brasileira, comenta a respeito dos 30 mil casos de infecção respiratória na cidade e o que esperar a respeito dos incêndios:
Setor Agropecuário Brasileiro
A possibilidade de o setor agropecuário brasileiro ter a imagem manchada no exterior por causa das queimadas na Amazônia, é preocupante. Eventuais suspensões de compras dos produtos brasileiros podem vir dos países e blocos econômicos de maior poder aquisitivo, sobretudo a Europa.
Ulisses Ruiz de Gamboa, professor de Economia do Mackenzie e pesquisador do Centro Mackenzie de Liberdade Econômica, explica que essa situação do avanço das queimadas e a demora do governo em apresentar ações para resolução dos crimes ambientais pode sim, atrapalhar a imagem do país e o agronegócio.
O especialista ainda comenta que se houver realmente os embargos aos produtos agrícolas, como os manufaturados e as carnes, causaria um grande efeito para vários setores do país acentuando ainda mais a crise interna principalmente pela perda de empregos que pode desencadear.
Réplica da Abiec
Por meio de nota, a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) afirmou que repudia qualquer prática que possa incorrer no desmatamento ilegal ou em queimadas no território nacional e, em especial, na Amazônia.
De acordo com a nota, “práticas contrárias à legislação ou que infringem o compromisso do setor em promover a pecuária sustentável não refletem o modelo de produção preconizado pela ABIEC”. A instituição congrega 31 empresas, responsáveis por 92% das exportações brasileiras de carne bovina.
A associação ressaltou a confiança na implementação de medidas de combate a práticas ilegais de desmatamento e na identificação e punição dos responsáveis por tais ações. Ouça:
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