A Igreja sempre venerou Maria como sua mãe. Maria é a mãe de todos os que nasceram pelo Cristo, tornaram-se irmãos de Cristo e em Cristo, e são herdeiros de sua graça, de sua vida e de sua glória.
No dia 8 de dezembro não comemoramos a memória de um santo, mas a solenidade mais elevada, maior e mais preciosa da Igreja: a Imaculada Conceição da Santíssima Virgem Maria, a rainha de todos os santos, a Mãe de Deus.
Prepare-se para esta grande solenidade com sete dias de orações e reflexão inspirados na Espiritualidade de Santo Afonso Maria de Ligório, o fundador dos Missionários Redentoristas.
Maria se lembrava que tudo nela era dom de Deus. Guardava em segredo, mesmo diante de seu esposo, as graças e favores divinos com que era agraciada por Deus. Ela oferecia ao Senhor os louvores que recebia. Ela se comprazia em servir ao próximo e a se colocar sempre em último lugar. Ela não temia o desprezo.
Ela não foi vista em Jerusalém no Domingo de Ramos, na ocasião em que o povo recebeu seu Filho com todas as honrarias. Mas não teve medo de comparecer ao Calvário, onde foi reconhecida como a mãe de um condenado.
O Cristo nos deu este mandamento: amarás o Senhor Deus de todo o teu coração e a teu próximo como a ti mesmo. Maria cumpriu plenamente este duplo preceito. Segundo São Bernardo, o amor de Jesus entrou como uma espada no coração de Maria e o traspassou de um lado ao outro, a fim de que nenhuma dobra e nenhuma prega ficassem sem o ferimento de amor.
O coração de Maria tornou-se, então, fogo e chama: fogo por causa do amor que a queimava interiormente e chama resplandecendo no exterior, através da prática da caridade. Quando Maria carregava Jesus em seus braços, poder-se-ia dizer que “era fogo carregando fogo.”
Foi pela sua fé que Maria foi proclamada bem-aventurada por Isabel. Na Paixão de Jesus, os discípulos foram tomados por dúvidas e somente a Virgem Maria se manteve firme na fé, diz Santo Alberto, o Grande. A fé é um dom de Deus e, ao mesmo tempo, uma virtude.
É um dom de Deus, enquanto luz que Ele próprio faz resplandecer sobre a alma. É uma virtude quando a alma a põe em prática. O verdadeiro cristão vive segundo a sua fé. Assim viveu a Virgem Maria.
A esperança nasce da fé. A Virgem Maria demonstrou quão grande era a sua confiança em Deus, embora guardando o segredo de sua miraculosa maternidade, plenamente confiante de que Deus preservaria sua inocência, sua honra e sua vida.
E mesmo quando ela se viu excluída das hospedarias e constrangida a buscar abrigo num estábulo, e ainda na sua fuga para o Egito, um país estrangeiro e desconhecido e sobretudo nas Bodas de Caná, quando seu pedido foi primeiramente recusado por Jesus, Maria estava confiante que seu Filho lhe concederia a graça solicitada.
Deus nos deu, em Maria, o modelo perfeito da transparência em relação ao amor de Deus. Maria consagrou-se inteiramente a Deus, abrindo o caminho para muitas outras jovens. No entanto, o chamado evangélico à castidade dirige-se a todos os cristãos, seja qual for seu estado civil. Trata-se de um apelo a não usar o próximo apenas para seu próprio prazer.
A castidade é um modo livre de viver, respeitando o outro como o outro, lutando contra o que, em nós, sonha sempre com uma fusão, com uma transgressão dos limites que constituem a nossa humanidade.
Vemos Maria entrar no Templo. não com um cordeiro, que seria a oferenda das pessoas ricas, mas com um par de rolinhas que constituía a oferenda dos pobres. Havia concordado em desposar São José, que vivia exclusivamente do árduo trabalho de suas mãos.
Partira para o Egito para salvar seu filho, abandonando sua casa, sua família e seus amigos. Quando a virtude da pobreza nos faz sentir seus espinhos em nossa própria carne, que fonte de consolo encontramos na pobreza de Maria e José!
A Virgem Santa era de tal modo apegada ao Senhor que se intitulou serva do Senhor. Maria, com humildade, viveu sua vida em total adesão à vontade de Deus.
Do momento que a mulher do Evangelho, dirigindo-se a Jesus, exclamou: “Feliz o seio que te trouxe ao mundo!”, Jesus respondeu: “Mais felizes são aqueles que escutam a palavra de Deus e a põe em prática”. Naquele episódio, Maria surge como a primeira discípula de seu Filho.
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