A oitava e última Coletiva de Imprensa da 61ª Assembleia Geral da CNBB recebeu a presidência da Conferência para a conclusão central do encontro e para repassar os principais encaminhamentos e resultados.
O presidente da CNBB e arcebispo de Porto Alegre (RS), Dom Jaime Spengler fez questão de agradecer os jornalistas que estiveram nos dias de Assembleia. “A imprensa comunica a partir da experiência da fé. Deus é comunicação e vocês participam de uma forma toda especial dessa missão que é comunicar bem entre nós.”
Dom Jaime reforçou que estar em assembleia é vivenciar uma estância de comunhão entre os bispos do Brasil, que por meio do encontro, da oração, do estudo e do debate, é possível encontrar pontos de consenso diante da vasta realidade brasileira.
“A CNBB e a Assembleia Geral se empenham por construir indicações viáveis para o desenvolvimento da obra evangelizadora no Brasil, que é distinto: temos realidades das mais diversas, e encontrar pontos de consenso é um verdadeiro desafio”.
Perguntado pelo A12 acerca dos desafios ambientais e a necessidade do cuidado com a Casa Comum nas áreas urbanas, onde a degradação ambiental é uma realidade, o presidente da CNBB confirmou ser um desafio, e por tudo fazer parte da bondade e expressão divina, somos chamados como Igreja à responsabilidade e corresponsabilidade pelo meio ambiente.
“Há aspectos na nossa realidade brasileira que exigem de todos nós atenção especial por dois elementos: aquilo que os dados da ciência nos apresentam no cotidiano; aquilo a partir da inspiração do Evangelho nos propõe, e sem perder de vista o que a Doutrina Social da Igreja propõe e ensina. Atentos a esses fatores que nós haveremos sempre, através do diálogo, do entendimento, encontrar indicações viáveis para a sociedade como um todo”.
Leia Mais “Inicia-se a etapa de desenvolver aquilo que nesses dias 'experienciamos'”, afirma Dom Jaime SpenglerQual a missão do Bispo Emérito na Igreja?Presidente da CNBB pede para bispos “caminharem pelo homem”Por fim, pontuou que por meio do diálogo eclesial, mas ao nível social e político, vem o desejo de poder colaborar para deixar a realidade que é extraordinária um pouquinho melhor para as novas gerações.
Em entrevista exclusiva ao A12, Dom Ricardo Hoepers, bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário-geral da CNBB, foi perguntado a respeito da colaboração da Conferência com instituições e organizações para o enfrentamento dos desafios e extremismos, em prol de promover o bem comum. Dom Ricardo afirmou que essa é uma preocupação constante da entidade para que esse diálogo aconteça:
“Nós temos as instituições relacionadas com a CNBB, instituições vinculadas, que de alguma forma caminham na mesma direção. E agora estamos formando redes de diálogo, inclusive na inspiração do Sínodo para conversarmos com a sociedade, com as instituições governamentais e com a sociedade civil para criarmos redes de trabalho contra a violência, em relação à preocupação com as juventudes, a favor da vida, no cuidado da vida. Nosso objetivo é fortalecer o interno das nossas instituições para estarmos chamando a sociedade no enfrentamento, para aquilo que a gente acredita, que é a paz e uma sociedade justa e fraterna”.
O secretário-geral da CNBB também afirmou que houve um recorde de participação, com 442 bispos, um sucesso também nas 27 sessões em que foi 'afetiva e efetiva' a presença do episcopado brasileiro. “A Assembleia é o afeto colegial entre os bispos. Só temos que agradecer e dizer que, a partir de agora, nós estamos vislumbrando um episcopado cada vez maior, e com isso, a responsabilidade dessa gestão também vai ser mais exigente”, concluiu. Foi também divulgada a data para a 62ª Assembleia Geral da CNBB: 30 de abril a 9 de maio de 2025.
Em resposta à jornalista Rafaela Oliveira, da Rádio Aparecida, sobre a preparação das dioceses para o Jubileu 2025, cujo tema é “Peregrinos da Esperança”, tendo em vista que muitos não poderão viajar a Roma para participar efetivamente junto ao Papa, o arcebispo de Goiânia (GO) e primeiro vice-presidente, Dom João Justino de Medeiros Silva, sugeriu a leitura dos 34 cadernos das Edições CNBB que estão sendo distribuídos nas dioceses como preparativo desse momento histórico na Igreja.
“Creio que os bispos saem desta Assembleia com a consciência de que, chegando em suas dioceses, eles, com o corpo de organização pastoral de cada diocese, deverão pensar na organização do Jubileu ao nível diocesano. O tema escolhido pelo Papa é muito motivador, sobretudo, para um contexto em que temos dificuldades, momento de muitas fragmentações. Então, estamos apostando e temos sinais muito bonitos desta preparação”.
Por fim, Dom Jaime Spengler reforçou a importância do diálogo. “Na Igreja nós podemos ter diferenças, mas não podemos jamais perder o que nos une: o Evangelho que dá vida, e dá vida pela para todos”.
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