Nesta semana, durante a 61ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), foi cumprida a tradição de uma Missa em honra aos bispos eméritos, como uma expressão de reconhecimento pelos anos dedicados ao serviço da Igreja.
Os líderes, quando atingem o limite de idade ou renunciam ao cargo, passam a ser chamados de “eméritos”. O Direito Canônico estabelece a idade de 75 anos para a apresentação da renúncia ao Papa. No Brasil, atualmente, há 168 bispos eméritos.
No dia 17 de abril, no Altar Central do Santuário de Aparecida, o Arcebispo emérito de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido presidiu esta celebração especial, enfatizando que estes pastores continuam com uma missão universal na colegialidade episcopal e na sinodalidade.
“Eméritos, não aposentados, já que a Igreja não é empresa e ninguém se aposenta da missão que esse Evangelho aponta. De acordo com o Concílio Vaticano II, embora a Igreja seja, em primeiro lugar, local, e a Igreja universal seja a comunhão das Igrejas locais, o bispo é o pastor da Igreja local. Mas, como tal, ele é bispo da Igreja universal e tem uma missão que é universal na colegialidade episcopal e no que hoje o Papa Francisco insiste na sinodalidade, que deve ser o modo normal da Igreja atuar”.
O portal A12 conversou com o Cardeal Raymundo Damasceno, Arcebispo Emérito de Aparecida (SP), que esteve presente na Assembleia deste ano e falou como foi a adaptação para esta nova realidade.
“Inicialmente, pensei que como emérito, teria uma vida mais recolhida, dedicada à oração e à orientação espiritual das pessoas e também a dirigir retiros. Não foi o que aconteceu comigo. Ao chegar à Brasília, fui chamado para administrar o Sacramento da Confirmação nas paróquias, presidir a Eucaristia nas festas, orientar retiros a convite de irmãos bispos, acompanhar equipes de Nossa Senhora e dar palestras. Além disso, fui nomeado Vigário Geral da Arquidiocese e Comissário Pontifício. Estou feliz por poder prestar este serviço à Igreja”.
Dom Damasceno também nos disse no que o bispo emérito contribui para a Ação Evangelizadora na Igreja atualmente e concorda com a definição de Dom Saburido sobre a missão e o trabalho dos religiosos.
“A expressão 'Bispo aposentado' não é feliz, pois a missão do pastor dura a vida toda, mesmo quando não pode mais exercer alguma atividade. Ele pode sempre exercer o ministério da oração por aqueles que estão em pleno exercício do seu ministério pastoral. O Bispo emérito contribui com evangelização de diversas maneiras, dentro das possibilidades de cada um. Santa Terezinha é a padroeira das Missões, e nunca saiu do convento onde entrou aos 15 anos e 'alimentou com a oração o fogo do amor que move a missão'. São Francisco Xavier foi o grande missionário do Japão e da China. A vida é uma missão nesta terra e a nossa alegria e realização está em realizar os desígnios de Deus em nossa vida, oferecendo o melhor de nós para a glória de Deus e para o bem dos outros”.
Também falamos com Dom Joércio Gonçalves, C.Ss.R., bispo emérito de Coari (AM) que também relatou da grande atividade desta parte do episcopado brasileiro.
“Ele é ordenado bispo, e vai ser bispo a vida toda. E quando ele fica emérito, ele deixa de ser responsável por aquela Igreja. Então muitos bispos, sendo, por exemplo, religiosos, voltam para suas congregações. Outros permanecem na própria diocese, outros vão morar com a família em outros lugares. Mas a missão continua.
Eu lembro que Dom Aloísio Lorscheider dizia: 'Se a gente não tomar cuidado, o bispo emérito trabalha mais que o titular', porque ele está sempre disponível, mais liberado para assumir também esses outros compromissos, que é um trabalho de igreja, e que assim ele está vivendo também a sua vocação de ser bispo no mundo de hoje. O importante é onde a gente está, a gente procurar fazer bem aquilo que a gente faz”.
O bispo também ressaltou que mesmo emérito, segue firme e servindo ao Senhor como missionário redentorista na Casa da Mãe Aparecida.
“Trabalho aqui no Santuário Nacional, uma missão muito bonita aqui é com o atendimento às confissões de nossos romeiros, que exige amor, carinho, paciência, sobretudo, muita dedicação, mas é a carência do povo de hoje, que tem a necessidade de ter alguém para ouvir. E nós estamos aqui para prestar esse serviço com alegria! Eu trabalhei no Amazonas, que foi muito enriquecedor, a gente trabalhar com outra cultura, outra maneira de convivência com o povo.
E agora trabalhando aqui, ajudamos nosso querido Dom Orlando Brandes, na Celebração do Sacramento da Crisma, além de atender nossos romeiros todos os dias. Por isso, a gente tem que estar muito bem preparado pra gente acolher bem e evangelizar esse povo que vem de norte a sul do Brasil na Casa da Mãe e querendo encontrar em nós missionários redentoristas o acolhimento a bondade, o amor, a misericórdia de Deus e uma responsabilidade muito grande que nós temos aqui para com o Santuário de Nossa Senhora”.
No programa “Dons da Igreja”, Eduardo Miranda conversa com Dom Fernando Saburido sobre a contribuição do bispo emérito para a Igreja
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