A condição dos imigrantes e refugiados no Brasil

Neste dia 20 de junho é comemorado o Dia Nacional do Refugiado e, no próximo dia 25 de junho, celebramos o Dia do Imigrante no Brasil. No contexto internacional, o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado é celebrado em setembro, e a cada ano temos uma mensagem especial do Papa, expressando a preocupação da Igreja com esta realidade tão marcante e desafiadora ao mesmo tempo.

No passado, nosso país recebeu muitos grupos de imigrantes que, através da miscigenação, contribuíram para formar o rosto multiétnico e multirracial do Brasil.

Leia MaisA imigração italiana ao BrasilRefugiados e imigrantes na América LatinaNo período final do Império, começaram a chegar os imigrantes europeus, como italianos, que formam hoje a maior colônia fora da Itália. Mas para cá também vieram alemães, ucranianos, poloneses e outros grupos, até que, nas primeiras décadas do século XX, chegaram os japoneses e mais perto de nós, coreanos e latino-americanos de diversos países.

Além da imigração feita de forma voluntária por aqueles que buscam melhores condições de vida, existem aqueles que são forçados a sair de seus países de origem, deixando tudo para trás, em busca de segurança, proteção e recomeço de sua vida.

Entre 2022 e 2023, segundo dados do Observatório das Migrações Internacionais (OBMigra), administrado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, 77,1 mil pessoas foram reconhecidas como refugiadas, agora totalizando 143,1 mil pessoas instaladas, na sua maioria, de forma precária em nosso país.

Procedência dos imigrantes e refugiados

A maioria dos pedidos de refúgio foi feita por venezuelanos (50%), cubanos (19%) e angolanos (6%), populações que historicamente pedem refúgio ao Brasil pela proximidade geográfica ou linguística. Questões econômicas e políticas tendem a ser o principal motivo para o abandono de sua terra natal.

Leia MaisSemana do Migrante tem início com missa no Santuário NacionalA mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado Papa convida a rezarmos pelos migrantes em junhoHouve também aumento considerável de pedidos de refúgio de povos que até 2022 não apareciam na lista de principais grupos de refugiados no Brasil. Apesar do aumento de solicitações de refúgio por pessoas da Ásia, a maioria das solicitações ainda é feita por pessoas do continente americano, com destaque importante para a Venezuela e Cuba, países que enfrentam situações políticas complicadas.

Os Estados com maior número de pedidos são os da região norte, com destaque para Roraima e Amazonas. Destes estados, a maioria dos refugiados acaba se dirigindo para outras regiões.

“Pra não dizer que não falei de flores”

Ainda bem que nem tudo são desafios e tristeza na realidade imigratória, seja no Brasil ou no mundo, e algumas medidas são tomadas para reduzir a insegurança e o medo com o qual vive a maioria dos imigrantes, tanto aqui como em outros países.

Recentemente tivemos duas notícias positivas que podem — se de fato forem colocadas em prática — contribuir para trazer um pouco mais de alívio a tanta gente. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou um plano para oferecer nos Estados Unidos residência permanente a centenas de milhares de mulheres imigrantes em situação irregular, que sejam casadas com pessoas de cidadania americana.

Com isso, o caminho para a regularização estará aberto a cerca de 500 mil mulheres imigrantes, desde que tenham vivido nos Estados Unidos por ao menos 10 anos, bem como para 50 mil crianças e jovens abaixo de 21 anos que tenham um pai ou mãe americana.

Por outro lado, o presidente da Colômbia também anunciou a disposição de regularizar a situação de pelo menos 500 mil venezuelanos que vivem de forma irregular no país.

Esperamos que tais medidas tenham similaridade aqui entre nós e que muito contribuam para melhorar a situação dos imigrantes e refugiados presentes em nossas terras.