Brasil

A pobreza crônica no Brasil

Padre Inácio Medeiros C.Ss.R.

Escrito por Pe. José Inácio de Medeiros, C.Ss.R.

12 JUN 2023 - 10H12 (Atualizada em 12 JUN 2023 - 11H59)

Joa Souza/ Shutterstock

A pobreza no Brasil está diretamente associada à nossa história, devido ao modelo de colonização aqui implantado, porque desde a chegada dos portugueses no início do século XVI, vivemos numa condição de dependência e submissão própria do sistema colonial. Leia Mais10 milhões de brasileiros deixaram pobreza em 2022Reflita sobre a pobreza voluntária que fala Santo Afonso

O modelo agro exportador de mercadorias implantado beneficiava a minoria que colaborava com aqueles que detinham a ordem e o poder.

Ao longo de nossa história a posse do Brasil apenas mudou de dono, mas a situação de dependência perdurava.

A crescente desigualdade social que hoje acontece em relação às demais nações se reproduz internamente com o que existe de pior: a gritante desigualdade interna que coloca mais de 07 milhões de brasileiros abaixo da linha de pobreza.

E muitas vezes a criação de estereótipos como aquele que afirma que “determinada categoria de pessoas é pobre porque não gosta de trabalhar” serve para justificar a situação.

A pobreza traz graves consequências em termos humanos e econômicos, gerando a perda de qualidade da vida de uma ampla faixa da população e a piora do cenário econômico do país.

A pobreza pode ser entendida como um estado em que as pessoas não têm condições necessárias para adquirir os bens e serviços básicos como alimentos, roupas, habitação, educação e transporte tão necessários para que uma pessoa possa levar uma vida saudável e de qualidade.

Uma das mais claras situações que aponta o índice de pobreza do país é o fato de termos 125 milhões de pessoas vivendo em situação de insegurança alimentar e 33 milhões ainda passando fome.

Melhorar de vida deve ser a meta de cada pessoa, mas o combate à pobreza é, acima de tudo, um dever do Estado, porque as unidades familiares em situação de pobreza devem ser beneficiadas com programas de transferência de renda, sobretudo, de geração de empregos.

Nenhum benefício deve ser prolongado por longo tempo, para que não se caia na dependência e exploração como constantemente acontece e, além do mais, favoreça a autoestima das pessoas, porque ninguém gosta de ser dependente.

O Banco Mundial apontou 05 metas a serem cumpridas para que um país como o Brasil possa reduzir sua pobreza:

1. Adotar programas de recuperação escolar (Investir na qualidade da educação).

2. Apoiar a reinserção das mulheres no mercado de trabalho.

3. Reformar o sistema de apoio aos desempregados.

4. Aumentar gastos com educação e melhorar o direcionamento dos recursos.

5. Requalificar os trabalhadores, especialmente os de baixa renda.

A somatória de esforços fará com que mais e mais pessoas saiam da linha de pobreza, porque se já melhoramos bastante, temos ainda mais de 70 milhões de pessoas na condição de pobreza extrema ou absoluta e essa situação precisa mudar.

Escrito por
Padre Inácio Medeiros C.Ss.R.
Pe. José Inácio de Medeiros, C.Ss.R.

Missionário redentorista graduado em História da Igreja pela Universidade Gregoriana de Roma, já trabalha nessa área há muitos anos, tendo lecionado em diversos institutos. Atuou na área de comunicação, sendo responsável pela comunicação institucional e missionária da antiga Província Redentorista de São Paulo, tendo sido também diretor da Rádio Aparecida.

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