Nos últimos tempos, o Brasil vem enfrentando uma seca prolongada, de efeitos muito danosos para a natureza e para as pessoas. E todos estão se perguntando: Por que ela está sendo tão severa e até quando vai durar?
A resposta para essa pergunta não é simples. O que os especialistas explicam é que ela se deve à soma de vários fenômenos que provocaram a mudança nos padrões de chuvas e de temperatura, o que fez com que a seca se intensificasse e se espalhasse pelo país.
Saímos de um Oceano Pacífico aquecido no fenômeno conhecido como El Niño para um Oceano Atlântico Norte mais aquecido, mudando as correntes e a circulação de chuva pelo planeta. Como não houve trégua entre os eventos, isso fez com que a situação de seca fosse se agravando gradativamente em cada região até chegarmos ao cenário de seca que todos estamos vendo pelo país. Segundo os especialistas, cerca de 3,8 mil cidades estão com alguma classificação de seca que varia de fraca a excepcional. Leia MaisSantuário Nacional realiza ações de preservação da natureza todos os dias
Seca é uma estiagem prolongada durante um período suficiente para que a falta de precipitação pluviométrica provoque um desequilíbrio hidrológico. As regiões com classificação de seca podem ter déficits hídricos prolongados e pastagens ou culturas não completamente recuperadas.
Ainda não entramos na primavera, mas a previsão é que poucas chuvas caiam em toda a estação que já é um período seco. A tendência é de elevação gradual das temperaturas, diminuição da nebulosidade e das chuvas. Isso também favorece o aumento da evaporação, o que reduz a disponibilidade hídrica.
Os dados disponíveis sobre a seca cobrem o período desde 1950. A série histórica revela que a estiagem se agravou a partir de 1988. De lá para cá, a seca mais severa havia sido registrada em 2015. No entanto, à época, a falta de chuva atingiu apenas uma parte das regiões, fazendo com que os rios secassem e a vegetação pegasse fogo.
A falta de chuva e os severos impactos na vegetação atingem agora uma área muito maior que a de 2015 e grandes porções do Brasil passam por situação de seca que varia de severa a excepcional.
Especialistas alertam que a estação seca ainda deve seguir até outubro e que o cenário pode piorar, pois alguns dados mostram que, pela primeira vez, a estiagem afeta o país de forma generalizada, por toda a sua extensão. A única exceção é o Rio Grande do Sul.
Hoje, mais de um terço do território nacional, o que equivale a mais de 3 milhões de km², enfrenta a estiagem na sua pior versão, o que se traduz em: cidades isoladas no Norte do país por conta dos rios que secaram, impedindo a navegação; fogo espalhado por todas as regiões, sufocando a população com a fumaça e causando inúmeros problemas respiratórios, sobretudo, naquelas pessoas mais suscetíveis como crianças e idosos; rios em níveis tão baixos, o que fez com que o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que controla o abastecimento de energia no país, anunciasse a ativação de termoelétricas para suprir a demanda.
Além dos citados fatores oriundos do próprio planeta, a eles se soma os fenômenos provocados pela mão humana, como há muito tempo já vem sendo dado o grito de alerta: desmatamento acelerado em algumas regiões e destruição de alguns biomas como o cerrado e a Amazônia, além dos incêndios criminosos que ajudam a complicar ainda mais a situação.
Ao lado disso, temos o não cumprimento da legislação ambiental, a falta de fiscalização pelos meios competentes e, acima de tudo, as consequências danosas do aquecimento do nosso planeta no fenômeno conhecido como Efeito Estufa causado pela queima de combustíveis fósseis que leva à alta concentração de gás carbônico na atmosfera.
A perda de muitas espécies vegetais, algumas das quais nem estudadas foram; a perda de muitas espécies animais em todos os biomas, o risco de desabastecimento hídrico das cidades; a dificuldade de transporte na região norte que tem os rios como vias de navegação e transporte; a diminuição da produção de energia pelas hidroelétricas, com a necessidade de se religar as usinas termoelétricas, com o aumento das taxas de energia e, por tabela, o aumento da inflação e do custo de visa.
E para concluir a certeza de que nosso meio ambiente levará décadas para se recuperar, isso se no futuro não houver outro fator semelhante ao que estamos vivendo agora no presente!
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