Houve um tempo no passado, os mais vividos hão de se lembrar, em que o Brasil não produzia a totalidade do petróleo que precisava usar, tendo a necessidade de busca-lo no mercado exterior.
Com isso, o nosso país sofria com as crises que aconteciam e com a escassez de combustíveis, como a que aconteceu no final dos anos de 1970, após a Guerra dos árabes contra os judeus no Oriente Médio.
Leia Mais13º salário é boa opção para se livrar das dívidasA importância da agricultura familiarA OPEP, Organização dos Produtores e Exportadores de Petróleo dava as cartas e impunha o preço que queria ao barril de petróleo.
De lá para cá o Brasil, desde a primeira descoberta do petróleo na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro, veio investindo mais e mais na sua produção e refino – lembrar o petróleo extraído do Pré-sal - e não depende mais da importação desse combustível fóssil, que um dia vai se acabar.
Ao lado disso, depois de crises sucessivas, veio o Plano Nacional do Álcool (Proálcool) e a primeira adaptação de motores movidos a gasolina para funcionar a álcool, ainda no início dos anos de 1980, o que reforçou e abasteceu o mercado consumidor, tornando o Brasil autossuficiente em combustível.
De modos que, sabendo disso, a pergunta que fica é essa: Se todo (ou pelo menos a maior parte) o combustível que precisamos é produzido aqui, por que os combustíveis não param de subir?
É bom saber que existem vários elementos que impactam na formulação do preço dos combustíveis: Tem o preço do produtor, tem o preço do metanol que é adicionado aos combustíveis, tem a carga tributária estadual e federal e também a margem de lucro do distribuidor e do vendedor.
Além do mais, nesses últimos dias aumentou a demanda por combustível, porque a economia está se reerguendo com o arrefecimento da pandemia. E, no mercado internacional, com a desvalorização do Real, veio também o aumento do preço do barril de referência, o que contribui também para mexer com os preços por aqui.
Leia MaisUm mundo desigual ou injusto?É preciso voltar a se indignar!De ontem para hoje, o preço dos combustíveis aumentou novamente nas refinarias, com o seu custo repassado para os consumidores, sendo este o 11º reajuste do ano. Em algumas regiões, o preço do litro de gasolina já passa de 7 reais.
E o mais complicado é que o aumento dos combustíveis é repassado para a economia de um modo geral, sobretudo para aqueles produtos que precisam do transporte para chegar ao consumidor, impactando no preço dos produtos, e tudo sobe, tanto assim que a inflação de outubro deverá chegar a 1,2%, maior aumento da inflação desde 1995.
E o custo acaba, como sempre, penalizando mais as classes menos favorecidas da sociedade.
Cada motorista precisa encontrar fórmulas de economizar combustível e o transporte solidário é uma boa alternativa para tempos como este que nós vivemos, pois os especialistas preveem ainda novos aumentos para este resto de ano.
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