Continuamos com a identificação dos mitos em relação ao suicídio. 9) O suicídio é uma decisão individual, já que todos nós temos o livre arbítrio. Importante notar que as pessoas com comportamento suicida, portadoras de uma doença mental, esta altera profundamente a sua percepção da realidade e de seus vínculos com os outros, o que interfere em seu “livre arbítrio”. Eticamente somente podemos responsabilizar alguém por algum ato, quanto este é executado com consciência e liberdade. Nestas situações de doença mental, são exatamente estes dois importante valores que se encontram totalmente comprometidos.
10) Quem vai tirar a própria vida, não deixa sinais. Em geral os sinais existem, ocorre que infelizmente, quem as pessoas que estão convivendo com a pessoa com este transtorno mental, não percebem, não sabem interpreta-los ou valoriza-los. Porém, não é justo e culpar por um suicídio. Alguns deles podem ser evitados, mas não todos. Em inúmeras vezes, os indícios só são descobertos e fazem sentido após a morte (bilhetes, mensagens, etc.).
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:: O suicídio: superando os mitos, atenção aos sinais de alerta e ação preventiva
Em termos de prevenção é importante prestar atenção aos sinais de alerta, ou seja, comportamentos que podem indicar plano de suicídio: Entre outros sinais de alerta elencamos: Falar em desejar morrer. Procurar formas de pôr um final a vida; Falar que perdeu completamente a esperança ou de não encontrar mais um proposito ou sentido de vida. Falar insistentemente sobre estar se sentindo preso ou sob uma dor insuportável. Falar com frequência em se sentir como um peso para outros. Aumento exagerado no uso de álcool e/ou drogas. Agir de modo ansioso, agitado ou irresponsável. Alterações no sono, dormir muito pouco ou demais. Isolar-se. Demonstrar raiva ou falar sobre vingança e apresentar alterações de humor extremas.
A depressão em adolescentes, existem sinais que podem indicar a presença da doença, entre outros elencamos:
1) Mudanças marcantes na personalidade ou nos hábitos.
2) O jovem apresenta piora no desempenho na escola, no trabalho e em outras atividades simples do dia a dia.
3) Situações de afastamento da família e da roda de amigos.
4) Perda de interesse em atividades em que se dedicava prazerosamente e gostava muito.
5) Um surpreendente descuido com o cuidado de sua aparência.
6) Perda ou ganho inusitado de peso.
7) Pessimismo em relação ao futuro, desesperança generalizado com tudo e todos.
8) Disforia marcante, isto é, combinação ode tristeza, irritação e acessos de raiva).
9) Comentários sobre morte, a respeito de pessoas falecidas e interesse por este tema.
10) Desligamento das coisas e doação de pertences que valorizava, como que desprezando-os.
O que podemos fazer nestas situações? No mínimo não deixar a pessoa sozinha, mas ter sempre alguém junto. Afastar, tirar de perto armas de fogo, álcool, drogas, ou objetos cortantes. Em situações de crise procurar ajuda, ligando para canais de ajuda que existem na comunidade, tal como o Centro de Valorização da Vida- CVV (No. 141, via internet cvv.org.br atendimento 24hs). E claro, ajudar para que a pessoa aceite o tratamento especializado de um profissional especialista em saúde mental (psiquiatra, psicólogo, psicanalista, e outros). O sofrimento somente quando ninguém cuida, afirma Cicely Saunders, medica inglesa fundadora do moderno Hospice/ cuidados paliativos.
Como percebemos sem cuidado, não existe possibilidade de vida. Este cuidado, no nível mínimo, significa o cultivo de uma boa auto estima conosco mesmos e uma relação saudável com os outros. Frente a um transtorno serio de saúde mental, com tendência suicida, aqui o cuidado tem que ser especializado, de um profissional competente e humano. Nossa solidariedade é fundamental para ajudar que a pessoa não se sinta só e abandonada justamente nesta hora.
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