Periodicamente, somos abalados pela morte repentina de um dos grandes nomes do show business que se vai ainda jovem, no auge da fama e da popularidade.
Os mais vividos hão de se recordar de Evaldo Braga, cantor de música brega e de black music que morreu em 1973, num trágico acidente de avião. Ainda hoje ele é chorado por muitos e seu túmulo virou lugar de visitação.
Outros vão se lembrar dos Mamonas Assassinas, que morreram em março de 1996, também em acidente de avião. O cantor sertanejo Cristiano Araújo faleceu em 2015, num acidente automobilístico.
A lista pode ser bem maior com a citação de nomes do mundo da arte e da música do cenário internacional, chegando até a última sexta-feira (05), quando morreu a cantora e compositora Marília Mendonça, também jovem, num trágico acidente de avião.
Acidentes e perdas como essas provocam indagações e observações a respeito de atitudes questionáveis de pessoas e de grupos. A multidão, bem sabemos, é mais fácil de ser manipulada, pois se deixa envolver pela emoção do momento com mais facilidade.
Mortes repentinas como esta nos fazem pensar, sobretudo, porque existe um fator novo que precisa ser analisado: Nós estamos na “civilização da imagem” e, com as facilidades advindas dos aparelhos celulares, muitos aproveitam a chance para aparecer, nem que seja apenas por alguns poucos minutos.
As TV's sensacionalistas brigavam para ver quem conseguia exibir primeiro os corpos em tempo real e, se os bombeiros deixassem, entrariam até no interior da aeronave acidentada. Outras pessoas, infelizes em seus comentários postados em redes sociais, geraram a ira de quem viu, com respostas pra lá de irritadiças e ofensivas.
A grande mídia se debruçou sobre o assunto, com transmissão ao vivo, possibilitando que, por algum tempo, a população se esquecesse dos reais problemas e desafios vividos pelo país.
Políticos oportunistas quiseram também tirar a “sua casquinha” e houve até um padre midiático convidado a cantar músicas que não condiziam com sua condição de Ministro de Deus ou com a fé católica.
Leia MaisA dor da perdaNão se trata aqui de menosprezar a referida cantora, porque tudo isso acontece quando a tragédia se repete. Os bons momentos que ela ofereceu ao seu público fiel, em sua maioria constituído de adolescentes, ficarão registrados para sempre.
Graças a ela, a mulher conseguiu uma abertura muito maior no mundo da música e do espetáculo, que ainda são bastante elitistas e machistas. O seu modo de se vestir, a preocupação com seu filho pequenino e a sua consciência política são outros bons elementos que ficam como testamento.
Mas devemos pensar, isso sim, nos valores e no aprendizado que podemos tirar de um fato como esse. Cada morte repentina nos recorda que somos pó, que como a flor do campo caímos e murchamos quando menos percebemos. Por isso, toca-nos a grande responsabilidade de viver, mas não basta só viver. É preciso viver bem, fazendo valer a pena!
A vida deve ser sempre a grande arte, na qual vamos nos aperfeiçoando enquanto nos restar um único dia que seja pela frente!
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