IPVA, IPTU, material escolar... O que não faltam são gastos extras no início do ano. O pior é que esses compromissos aparecem no orçamento logo após o período no qual as famílias mais costumam comprar: as festas de fim de ano.
Como passar por tudo isso sem passar o resto do ano endividado? Quem responde é educador e terapeuta financeiro Reinaldo Domingos.
A12 – Qual é o principal erro que as pessoas comentem nos gastos de final de ano?
Reinaldo Domingos – A falta de planejamento e as compras por impulso, provocando o aumento da inadimplência das famílias. É fundamental evitar parcelamentos. Na empolgação do consumismo, típico da época, esquece-se que os rendimentos extras não persistirão pelo ano seguinte.
Leia Mais10 pontos que ajudam a conceber o Dia Mundial dos PobresSe o parcelamento for inevitável, faça uma planilha na qual o valor já comprometido esteja previsto nos meses correspondentes. Sem esse controle, é certo o acúmulo de dívidas e o risco de inadimplência.
Reúna-se com a família para definir os desejos de curto (um ano), médio (até cinco anos) e longo (mais de 10 anos) prazos. Incorpore o valor necessário para a realização dessas metas no orçamento mensal do próximo ano. Subtraia esse valor da receita. O saldo restante é o orçamento para as demais despesas mensais.
A12 – Início de ano é tempo de IPVA, IPTU etc. É uma boa ideia usar o 13º para esses pagamentos?
Reinaldo – Essa pergunta é complexa. O primeiro passo para saber como pagar é listar os ganhos do período (renda, 13°, bonificações, férias). Liste todas as despesas, fixas e variáveis. Avalie sua situação financeira: há margem para novos gastos? Há pendências financeiras?
Identifique excessos, que geralmente representam 30% das despesas das famílias. Evite a todo custo entrar no cheque especial ou pagar a parcela mínima do cartão de crédito. Reserve parte do décimo terceiro para as despesas do início do ano, como IPVA, IPTU, matrícula e material escolar.
A12 – Educação financeira deveria ser ensinada nas escolas?
Reinaldo – Estudos mundiais demonstraram que, em países onde educação financeira está inserida na grade curricular, os alunos tiveram mudanças significativas no comportamento em relação ao consumo.
A inadimplência é resultado do ciclo do endividamento não consciente, tira o sono, a saúde e a qualidade de vida. Incluir educação financeira na grade curricular da escola promoverá mudança de vida em todos os envolvidos: professores, alunos, coordenadores, gestores e pais.
O futuro de gerações sustentáveis financeiramente é reflexo das atitudes do presente, e a escola tem um papel imprescindível nessa construção.
A12 – Que conselho você dá para quem já está endividado? Como reverter essa situação?
Reinaldo – Qualquer que seja a dívida, o consumidor deve investigar o que o está levando a gastar mais do que ganha. Fazer acordos para pagamentos de dívidas, sem antes saber qual é a real capacidade de pagamento, sem cortar excessos nem ajustar o orçamento, é um grande risco, além de ser uma medida paliativa.
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