No dia 25 de janeiro de 1554, um grupo de jesuítas, tendo entre eles o padre José de Anchieta, inaugurou com uma missa, o Colégio São Paulo, uma casa feita de taipas que tinha como objetivo catequizar os índios da região. A origem do nome se dá porque nesta data se comemora a conversão do apóstolo Paulo.
O local escolhido para construir o colégio, o planalto de Piratininga, é uma alta colina margeada por dois vales onde correm os rios Tamanduateí e Anhangabaú. O local escolhido era bem seguro, porque a Vila de Santo André da Borda do Campo, atual cidade de Santo André, tinha sido fundada um ano antes, bem próximo à Serra do Mar, e assim haveria proteção contra algum ataque dos índios mais aguerridos.
O solo mais fértil que o do litoral logo começou a atrair colonos portugueses. Aos poucos, a vila de São Paulo começou a ser o local de moradia ou de repouso dos bandeirantes que seguiam para o interior do Brasil, buscando o ouro ou escravizando índios no meio do caminho. O Rio Tietê, com as entradas e bandeiras, passou a ser o caminho natural para a interiorização da colonização.
A vila se transforma em cidade
Em 1711, quase duzentos anos depois da fundação, a vila transformou-se em cidade, mesmo enfrentando a concorrência da “Capitania das Geraes”, com a descoberta do ouro.
Algumas vilas pobres que foram surgindo ao lado da cidade se transformariam, mais tarde, em bairros da cidade, como a Freguesia do Ó, Pinheiros e tantos outros.
Com o início do ciclo do café, em meados do século XIX, São Paulo começou a despontar para se transformar, um século depois, na maior e mais influente cidade da América do Sul. Neste tempo, aconteceu o primeiro grande boom de crescimento da cidade. Mais tarde, com o fim da escravidão negra, também em fins do século XIX, a cidade passou a receber os primeiros imigrantes europeus para trabalhar nas lavouras do café.
Em 1895, a cidade já tinha 130 mil habitantes. Cinco anos depois, sua população já beirava a 240 mil pessoas.
Nas primeiras décadas do século XX, a cidade começou a receber novas levas de imigrantes, parte vinda das fazendas de café, por causa do êxodo rural, outra parte vinda diretamente dos navios que chegavam ao Porto de Santos. Em 1908 chegou o primeiro grupo de imigrantes japoneses.
Em pouco tempo, a cidade se transformaria em palco e representante da modernidade brasileira. O seu crescimento levou à criação dos planos de urbanização. Neste tempo começou o processo de aterramento de ruas e a construção da infraestrutura urbana, com viadutos, pontes, ferrovias e canalização de córregos.
A influência política de São Paulo aumentou muito no início da República. Forte economicamente, o Estado e, consequentemente, a cidade passam a influenciar em todas as questões nacionais, marcando o primeiro período da República com a política do café com leite. No período do governo de Getúlio Vargas, veio a revolução de 1930 e a contestação dos paulistas com a revolução constitucionalista de 1932, lutando pela redemocratização do país.
Leia MaisA presença redentorista na capital econômica do Brasil Nas décadas de 1930 e 1940, a cidade ganhou um novo impulso urbanístico, especialmente no tempo do prefeito Prestes Maia. O engenheiro criou o “Plano de Avenidas”, o primeiro planejamento de vias urbanas da cidade. Desta forma, os anos 30 e 40 deram mais um grande impulso na economia paulistana.
Com a Segunda Guerra Mundial, as importações minguaram e São Paulo e seus arredores começavam a crescer formando a megalópole atual, sendo o local da criação de muitas indústrias, inclusive as do setor automobilístico, para substituir produtos que não mais chegavam do exterior.
A partir dos anos 1940, com a popularização do concreto, a verticalização da cidade toma um ritmo acelerado e, a partir do final dos anos 1950 e início dos anos 1960, com o grande fluxo migratório de várias Estados do país se intensificando, especialmente com a chegada dos nordestinos, a periferia se expande e também se verticaliza.
Neste contexto é que chegou o ano de 1954, com as intensas comemorações do quarto centenário de fundação da cidade.
Crescendo para os lados e para o alto, acabando com as fronteiras físicas com as cidades vizinhas, a cidade de pau a pique se transforma primeiro na cidade do tijolo e da pedra, depois do concreto, do aço e do vidro. São Paulo, de acordo com o censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2021 é uma megalópole com mais de 12 milhões de habitantes na cidade e mais 10 milhões na Grande São Paulo, chega hoje a abarcar 36 cidades em sua região metropolitana, onde vive quase a metade da população do estado.
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