A Educomunicação é um campo que une educação e comunicação, mas de um jeito bem prático. Quando falamos de educação, logo pensamos na escola, certo? Mas a educação vai além das salas de aula. Por outro lado, a comunicação não é só sobre usar tecnologia; é sobre como nos relacionamos, seja cara a cara ou com a ajuda de aparelhos.
Esse conceito nasceu de práticas que a Igreja Católica e outras igrejas cristãs já faziam lá nos anos 70 e 80. A ideia era ensinar as pessoas a criar conteúdos simples, como jornais, boletins, programas de rádio e até vídeos. Além disso, elas aprendiam a olhar criticamente para os meios de comunicação, entendendo melhor as mensagens que recebiam.
Um dos grandes nomes por trás dessa ideia é o argentino Mário Kaplún. Ele acreditava que toda comunicação ensina algo, seja na escola, na TV ou na internet. Para ele, “Mais do que criar um espaço específico para a comunicação educativa, é preciso entender que toda comunicação tem um caráter educativo”. Ou seja, sempre que comunicamos, estamos ajudando o outro a aprender algo, mesmo que sem perceber.
Kaplún nos convida a pensar que, em vez de ver comunicação e educação como áreas separadas, precisamos entender que elas se complementam. Assim, o comunicador também se torna educador, ajudando a formar uma sociedade mais consciente e preparada para lidar com as informações que recebe.
A Pastoral da Comunicação (PASCOM) tem tudo a ver com Educomunicação. Segundo o Diretório de Comunicação da Igreja no Brasil, a PASCOM é a presença da Igreja nos espaços de comunicação, com a missão de evangelizar. O documento também destaca que a PASCOM promove a acolhida, a participação e a organização solidária nos processos de comunicação.
Esse jeito de trabalhar reflete um dos pilares da Educomunicação: a comunicação participativa e dialógica, onde todos têm voz. Isso significa que a PASCOM não está apenas interessada em “falar” para os outros, mas em “escutar” e construir, com a comunidade, um espaço onde todos se sintam parte. A Igreja, assim, não só comunica sua mensagem, mas também educa na forma de participar e viver em comunhão.
Por isso, o Diretório de Comunicação sugere que catequistas e líderes pastorais estejam atentos à mídia e suas influências. Eles precisam ajudar as pessoas a desenvolver um olhar crítico para discernir o que é positivo e o que pode desviar dos valores cristãos. A catequese, assim, se torna um espaço para dialogar com a cultura midiática e orientar as pessoas a viverem sua fé de forma consciente e firme.
Outro ponto importante da Educomunicação é seu compromisso com a transformação da realidade. Quando comunicamos de forma participativa, criamos espaços para que todos possam contribuir, refletir e agir. Não se trata apenas de transmitir informações, mas de promover mudanças concretas na vida das pessoas e da sociedade.
Por exemplo, projetos de comunicação comunitária nas paróquias podem ajudar a fortalecer laços entre os fiéis e resolver problemas locais. Da mesma forma, campanhas sobre temas importantes, como saúde, meio ambiente ou justiça social, podem sensibilizar as pessoas e mobilizá-las a agir.
A Educomunicação nos mostra que comunicar não é só transmitir uma mensagem, mas criar laços, formar pessoas e transformar a realidade. Na Igreja, esse olhar comunicativo e educativo ajuda a manter viva a missão de evangelizar, sempre em sintonia com os desafios do mundo atual. Seja na catequese, na PASCOM ou em outras áreas pastorais, comunicar é, acima de tudo, um ato de amor e serviço ao próximo.
Fonte: O São Paulo
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