Comunicação

Evangelizar como um desafio constante no ambiente digital

Padre Bruno Franguelli, SJ e Moisés Sbardelotto trazem questionamentos a cerca da missão dos que dizem "influenciadores digitais católicos"

Escrito por Redação A12

05 AGO 2024 - 15H51 (Atualizada em 05 AGO 2024 - 16H42)

Pra Chid/Shutterstock

Diante da necessidade em se falar dos desafios da missão no ambiente digital com a proximidade do Sínodo, dois brasileiros publicaram recentemente na revista italiana La Civiltà Cattolica um artigo sobre o assunto: o padre jesuíta Bruno Franguelli, doutorando em Ciências Sociais e Comunicação pela Pontifícia Universidade Gregoriana; e por Moisés Sbardelotto, professor de Teologia prática na Pontifícia Universidade de Minas Gerais e também um dos autores do livro “Influencers Digitais Católicos: Efeitos e Perspectivas”.

:: Assista aqui a reportagem do A12 com os autores do livro!

Diante do pedido insistente do Papa Francisco, desde o início de seu pontificado, para uma Igreja em saída, esse desafio se estende também aos ambientes digitais. Os autores afirmam que é preciso muito cuidado, pois os critérios para avaliar a missão da Igreja na internet não devem ser derivados do campo empresarial, político, publicitário, mercadológico ou do entretenimento.

Eles são da opinião de que as métricas digitais — como alcance, engajamento, cliques e visualizações — podem ser critérios muito importantes para qualquer outra instituição social, mas dizem muito pouco à Igreja do ponto de vista de sua missão.

“Os números não importam para a Igreja, porque a ‘matemática de Deus’ é diferente, já que a multiplicação só ocorre quando há fração e partilha. Jesus mesmo nunca perguntou ‘Quantos homens seguem o Filho do Homem?’, mas sim ‘Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?’ (Mt 16,13).”

Leia MaisOs fenômenos digitais católicosPapa encoraja jovens evangelizadores digitaisUm dos fortes questionamentos do artigo apresentado pelos autores é a paradoxal presença de influenciadores digitais que se dizem católicos, mas não missionários digitais. Para eles, um evangelizador digital é chamado a ser um “anti/contra-influenciador digital”.

“Quem deseja contribuir com um caminho de evangelização integral precisa fazê-lo em comunhão e em comunidade, orientando-se pelos critérios do Evangelho, da Tradição e do Magistério. Assim, projetos de missão digital coletivos são muito mais fiéis ao Evangelho do que os individuais: o próprio Jesus enviou seus discípulos em missão “dois a dois” (Lc 10,1).”

E como inspiração, sugerem a recomendação do “apóstolo da Internet”, o jovem Beato Carlo Acutis, que afirmava: “A conversão é um processo de subtração: menos eu para deixar espaço a Deus”.

:: Carlo Acutis: “Todos nascemos originais, mas muitos morrem fotocópias”

Fonte: Vatican News

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