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Comunicação

Igreja ensina como usar IA sem deixar de lado valores humanos

Divulgada pelo Vaticano e aprovada pelo Papa, nota "Antiqua et Nova" é um guia para uso correto da IA sem desvalorizar a Inteligência Humana

Escrito por Redação A12

28 JAN 2025 - 15H13 (Atualizada em 28 JAN 2025 - 15H53)

A Santa Sé divulgou nesta terça-feira (28) a nota “Antiqua et Nova”, nome decidido em referência à “sabedoria”, seja ela antiga e nova, que traz pontos importantes sobre o impacto da Inteligência Artificial (IA) na sociedade, com destaque tanto para oportunidades quanto desafios.

A reflexão, fruto do trabalho conjunto entre os Dicastérios para a Doutrina da Fé e para a Cultura e a Educação, foi aprovada pelo Papa Francisco e direcionada a pais, educadores, religiosos e todos os que buscam alinhar avanços tecnológicos a serviço da pessoa e do bem comum.

A Igreja mostra sua preocupação com o avanço rápido da tecnologia e suas consequências imprevisíveis. Nos últimos anos, o Papa Francisco tem destacado o papel da tecnologia, alertando contra a possibilidade de desumanização e concentração de poder. Durante o G7 na Puglia, no ano passado, o Papa enfatizou:

“Nenhuma máquina jamais deveria decidir tirar a vida de um ser humano”.

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Inteligência Artificial x Inteligência Humana

Esta nota, de 117 parágrafos, é um guia ético e antropológico para o uso da IA, reforçando que esta ferramenta deve ser um complemento à inteligência humana, jamais sua substituta.

“A Inteligência Artificial não deve ser considerada como uma pessoa, não deve ser divinizada nem substituir as relações humanas. Deve ser utilizada ‘apenas como um instrumento complementar à inteligência humana’”.

Segundo o documento, a Inteligência Humana “se exerce nas relações”, modelada por Deus e “por uma infinidade de experiências vividas no que é tangível ao ser humano”.

A IA, muito pelo contrário, “não possui a capacidade de evoluir nessas experiências”. A visão que ela oferece é “funcionalista”, avaliando as pessoas apenas com base em trabalhos e resultados, enquanto a dignidade humana é imprescindível e permanece sempre intacta. É, portanto, “enganoso” usar a própria palavra “inteligência” em referência à IA: ela não é “uma forma artificial de inteligência”, mas “um dos seus produtos”.

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Com relação às fake news, o documento destaca o sério risco de a IA “gerar conteúdos manipulados e informações falsas”, alimentando uma “alucinação” de IA, com conteúdos não verídicos que aparentam ser reais. Ainda mais preocupante é quando tais conteúdos fictícios são usados intencionalmente para fins de manipulação, como o uso de deepfake (representações alteradas ou geradas por algoritmos).

Por fim, esta nota traz detalhes de como a IA e a inteligência humana divergem no que diz respeito ao poder, guerras, economia, trabalho, saúde, educação, relacionamento com Deus e mais.

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Preocupação do Santo Padre com as novas tecnologias

Desde a encíclica Laudato Si’, o Papa tem mencionado a importância de um progresso tecnológico que respeite a dignidade humana e a criação. No recente Encontro Mundial sobre a Inteligência Artificial, ele alertou sobre os perigos da concentração de dados e da automação desenfreada:

“A tecnologia não deve ser usada para reforçar desigualdades ou violar os direitos dos mais vulneráveis”.

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Três pontos principais da “Antiqua et Nova” para aplicar no dia a dia

Valorização da dignidade humana: Evite usar IA de forma que reduza as relações humanas a apenas transações funcionais. A relação com próximos deve ser baseada na empatia e na dignidade, não na eficiência.

Cuidado com a privacidade: Esteja atento ao uso dos seus dados. Verifique como seus dispositivos coletam e compartilham informações, protegendo sua intimidade e evitando a espionagem e super vigilância.

Uso ético da tecnologia: Antes de adotar ferramentas tecnológicas, pergunte-se se elas contribuem para o bem comum ou promovem discriminações e exclusões. Dê preferência a soluções sustentáveis e inclusivas.

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Fonte: Vatican News

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