Muticom 2023: Como viver o amor ao próximo no ambiente digital?

Leigos, religiosos, agentes de pastoral e comunicadores seguem reunidos no Centro de Convenções de João Pessoa, capital da Paraíba no segundo dia do Mutirão de Comunicação (Muticom).

Nesta sexta-feira (14), acontecem conferências e seminários para mostrar que é possível, em meio a toda tecnologia que vivemos, ter a oportunidade de misturar-nos, encontrar-nos, dar os braços e apoiar-nos através dos meios de comunicação.

Leia MaisMuticom 2023: primeiro dia traz a sinodalidade como caminho para o encontroA primeira conferência do dia foi ministrada por Dom Valdir José de Castro, presidente da Comissão Episcopal para a Comunicação da CNBB, que falou sobre pontos essenciais para a prática da Cultura do Encontro nas pastorais de comunicação e áreas de divulgação em paróquias, comunidades e movimentos em todo o país.

A palestra teve com base o Documento "Rumo à presença plena" do Dicastério para a Comunicação, uma simples reflexão sobre sobre a participação de cristãs e cristãos nas redes sociais digitais e sobre o desafio de ser uma Igreja Sinodal, ou seja, caminhar juntos também nesses ambientes.

"A Igreja nasceu para evangelizar, e evangelizar é viver a luz do estilo de vida que Jesus viveu. O motor da vida de Jesus sempre foi o amor. Um comunicador é aquele que gera conexão, buscando continuamente a comunhão. Devemos agir em conjunto, e evangelizar em comunidade, ser artesãos de comunhão em nossas dioceses", disse Dom Valdir.

Bons samaritanos das informações

O bispo de Campo Limpo (SP) usou de exemplo o ensinamento do Papa Francisco em 2014, que devemos em nossa comunicação dentro da Igreja ser assim como o Bom Samaritano (Lc 10,30)  onde podemos começar a ajudar a curar as feridas criadas por um ambiente digital tóxico, assim reconstruindo os espaços digitais para que se tornem ambientes mais humanos e mais saudáveis.

"A rede digital pode ser um lugar rico de humanidade, devemos lembrar que no outro lado da tela está uma pessoa e não um número! Pessoas com sonhos, expectativas e sofrimentos, pessoas que tem um rosto e um nome, e vamos trazer para uma realidade física em nossas paróquias como a Eucaristia! Comer o pão juntos, celebrar fisicamente juntos é algo essencial para a nossa fé!", disse Dom Valdir.

Alberto Andrade - A12

Quatro pilares da cultura do encontro

Ao fim da conferência, o presidente da comissão de comunicação da CNBB, falou de quatro atitudes para que seja construída esta cultura da presença plena ao transmitir tudo o que gira em torno da Palavra de Deus e da vida de nossas comunidades.

A humildade, que faz como possamos voltar às nossas próprias origens e nos faz também reconhecer quais são nossos limites ao falar de Deus ao próximo. Outro ponto importante é a escuta, onde somos capazes de compartilhar questões e dúvidas, algo muito difícil nos dias de hoje.

Dom Valdir também citou sobre o diálogo, que é o processo que movimenta e aproxima o que está dividido e reforça laços positivos presentes nas relações humanas. O quarto pilar da cultura do encontro é o discernimento, pois pela ação do Espírito Santo podemos compreender e ver com clareza, como estamos nos comunicando, inclusive com o silêncio.

"Seja presencialmente ou nos meios digitais, como agente da pastoral somos Igreja! Sou chamado a viver o estilo de Jesus nas redes! E como estou contribuindo para construir a cultura do encontro? Nós pensamos que só os grandes influenciadores têm essa capacidade de comunicar bem. Não! Todos nós podemos influenciar com nossa parte e para as pessoas mais próximas sobre o Reino de Deus!", concluiu o bispo.

No programa Família dos Devotos, Dom Valdir falou sobre a cultura do encontro