Nesta quinta-feira (31), o Papa Francisco se reuniu com cerca de 300 participantes do Dicastério para a Comunicação, no Vaticano, e falou sobre a importância de uma comunicação que seja próxima, verdadeira e focada nos mais necessitados. Ele destacou que o bom comunicador deve ser alguém que comunique de “coração a coração”, iluminando as realidades dos pobres, dos migrantes e das vítimas de guerra.
Francisco acredita que, em meio a um mundo que tantas vezes promove a divisão, cabe aos comunicadores cristãos o papel de construir pontes e buscar a comunhão. Ele disse:
“Vocês são chamados a uma grande e entusiasmante tarefa: a de construir pontes, quando tantos erguem muros, os muros das ideologias; a de promover a comunhão, quando tantos fomentam divisão; a de se deixar envolver pelos dramas do nosso tempo, quando tantos preferem a indiferença. E essa cultura da indiferença, essa cultura de ‘lavar as mãos’: ‘não cabe a mim. Deixe que se virem’… Isso dói muito!”
Outro ponto importante mencionado foi a necessidade de usar a tecnologia com inteligência e criatividade, mas sem substituir o encontro real. Segundo o Papa, o digital é uma ferramenta, mas a beleza do contato pessoal, “de pessoa a pessoa”, não deve ser deixada de lado. Ele afirmou:
“Sonho com uma comunicação feita de coração a coração, deixando-nos envolver pelo que é humano, deixando-nos ferir pelos dramas que tantos de nossos irmãos e irmãs vivem. (…) Sonho com uma comunicação que saiba ir além dos slogans e mantenha os holofotes acesos sobre os pobres, os últimos, os migrantes, as vítimas da guerra. Uma comunicação que promova a inclusão, o diálogo e a busca pela paz.”
Apesar dos desafios financeiros, Francisco incentivou os profissionais a encontrarem formas criativas de seguir em frente, sem desanimar.
“Gostaria de lhes dizer uma coisa: ainda devemos ser um pouco mais disciplinados com relação ao dinheiro. Vocês devem procurar maneiras de economizar mais e buscar outros fundos, porque a Santa Sé não pode continuar a ajudá-los como agora. Sei que é uma má notícia, mas é uma boa notícia porque mexe com a criatividade de todos vocês. Por trás de tudo isso, no entanto, há um ‘sonho’: o sonho de uma comunicação que conecta ‘pessoas e cultura’, que conte e valorize ‘cada canto do mundo’.”
Por fim, o Papa Francisco reafirmou a missão cristã de levar esperança ao mundo, mesmo em tempos de violência e dificuldade. Ele pediu aos comunicadores que transmitam compaixão em suas mensagens e ajudem a tornar o Coração de Jesus conhecido.
“Ajudem-me, por favor, a tornar o Coração de Jesus conhecido no mundo, por meio da compaixão por esta terra ferida. (…) Ajudem-me com uma comunicação que seja uma ferramenta para a comunhão.”
Francisco encerrou seu discurso com uma mensagem de incentivo, lembrando que a missão dos comunicadores é contar as “pequenas e grandes histórias do bem”, inspirando fé e esperança no coração das pessoas.
Fonte: Vatican News
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