Não é novidade que nossa vida, nos últimos anos, foi cada vez mais dominada pela virtualidade. Nossos dias são impregnados por mensagens de aplicativos, postagens em redes sociais, abertura de caixas de e-mails, etc.
Certamente que não vamos ignorar os aspectos positivos de tais avanços tecnológicos, que permitiram um aumento significativo do número de conexões e compartilhamento de conhecimento em todo o mundo. No entanto, com a Pandemia de COVID-19, assistimos também a um aumento significativo de tempo das pessoas conectadas, ao ponto de que o virtual parece cada vez mais se tornar o real.
Leia MaisA missão do cristão nas redes sociaisRedes sociais: ameaça para a humanidade? Projetos como o metaverso aceleram essa possibilidade, que merece ser questionada, ou seja, até que ponto a virtualidade excessiva pode fazer mal para nossa saúde mental, ou até mais, para nossa “saúde existencial”?
Recentemente, notícias deram conta de que algumas redes sociais podem afetar a saúde mental de crianças e adolescentes¹. Arrisco dizer que esse mal também abrange adultos que se veem, muitas vezes, dependentes de postagens e curtidas.
Nesse sentido, um dos aspectos que avalio mais negativos para o bem-estar subjetivo (termo técnico para felicidade) é a possibilidade de comparação que algumas redes sociais trazem para seus usuários, levando a que os mesmos fiquem presos em uma espiral onde a vida alheia sempre é a mais feliz, marcada por sucesso e conquistas.
Uma rápida passagem pelas postagens dá conta de que a maioria de seus seguidos / seguidores / curtidos estão plenamente realizados, crescendo na carreira, felizes por uma viagem, etc. Na fragmentação da vida exposta nesses canais (redes sociais) se perde a noção de que a existência não é feita de fragmentos, mas de um contínuo, onde passado, presente e futuro se entrelaçam em uma história única e singular.
Essa virtualidade, quando se torna a única realidade, contribui para um contínuo sofrimento mental, onde eu somente vejo os fragmentos felizes da vida dos outros, mas sempre comparo com a totalidade da minha existência que, irremediavelmente, é feita de alegrias e sofrimentos, felicidade e angústia.
Sonja Lyubomirsky², pesquisadora do campo da Psicologia Positiva, já manifestava, décadas atrás, o risco da comparação social e sua grande capacidade para colapsar a vida feliz, bem como contribuir para transtornos como a depressão.
Nesse sentido, há que se pontuar a importância de não deixar a virtualidade usurpar a grandeza da existência concreta e real, onde cada um de nós vive dramas e realiza conquistas, trilhando uma existência única e singular e, por isso mesmo, incomparável.
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2. LYUBOMIRSKY, Sonja. A ciência da felicidade. Elsevier Brasil, 2008.
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