Considerada como atividade física, um esporte, uma forma de defesa pessoal ou mesmo um lazer, as artes marciais se transformaram ao logo da história e hoje são praticadas por muitas pessoas e proporcionam muitos benefícios aos seus praticantes.
De forma simples, são práticas corporais que envolvem técnicas de luta, combate e que relacionam aspectos físicos e mentais dos praticantes.
As origens das artes marciais são diversas. O surgimento da modalidade se relaciona a diferentes fatores, tais como método de defesa e combate em conflitos, forma de resistência a um grupo opressor, bem como mecanismo de manutenção de determinada identidade coletiva.
Os fundamentos, técnicas e características são diferentes de acordo com o tipo de arte marcial. Ao longo dos últimos anos, ocorreu um processo de profissionalização como esporte e diversos campeonatos são transmitidos pelos meios de comunicação.
Algumas das principais artes marciais que existem no Brasil e no mundo são o jiu-jítsu, judô, caratê, capoeira, MMA (artes marciais mistas), boxe, taekwondo, kung fu, muay thai, entre outras.
Sendo católico, posso praticar esta arte?
Para explicar esta dúvida, vamos nos basear em três aspectos: a prática de um esporte em geral, o aprendizado de técnicas de autodefesa e a questão das artes marciais de origem oriental.
A respeito do primeiro aspecto, enquanto mera atividade esportiva e desde que fique nesse âmbito, a prática das artes marciais não apresenta maior dificuldade, porque elas se assemelham a outras formas ocidentais de esportes de combate, que é lícito praticar desde que não haja risco desproporcionado para a vida ou a integridade física dos esportistas.
Do segundo ponto, a Doutrina da Igreja diz que é permitido para qualquer pessoa o aprendizado de técnicas de defesa pessoal, algo cada vez mais necessário por causa do aumento de todo tipo de violência na sociedade atual.
O Catecismo da Igreja Católica explica, nos parágrafos 2263-2265, a questão da legítima defesa.
“Se, para nos defendermos, usarmos duma violência maior do que a necessária, isso será ilícito. Mas se repelirmos a violência com moderação, isso será lícito. E não é necessário à salvação que se deixe de praticar tal ato de defesa moderada para evitar a morte do outro: porque se está mais obrigado a velar pela própria vida do que pela alheia”.
Portanto, é lícito uma pessoa aprender técnicas muito eficazes de defesa pessoal para proteger a integridade física, a honra ou os bens próprios, ou do próximo.
Agora, a principal preocupação da Igreja é a respeito da arte marcial como técnica de desenvolvimento espiritual, por isso até explicamos a origem das artes marciais no Oriente.
No nome original de algumas artes (judô, taekwondo) , encontrarmos o ideograma “do”, que significa o caminho, a via, a rota. Trata-se da via espiritual seguida pelo praticante de uma arte marcial para o desenvolvimento integral de sua pessoa. No fundo, é um modo de vida apresentado como ideal por um mestre-guru, que a pessoa aceita seguir para tornar-se um homem de caráter, um justo dotado de princípios e convicções que respeita a natureza de sua humanidade.
Aí vem a resposta para a pergunta: não é recomendada a prática se a academia ou instituição colocar filosofias influenciadas por outras doutrinas religiosas que não condizem com nossa fé católica. Em outras palavras, é possível praticar a arte marcial como esporte, como técnica de autodefesa e não ter nenhuma doutrina contrária ao Cristianismo nos ensinamentos.
Outro conselho é procurar modalidades que ensinam coragem, disciplina, respeito e a lealdade, e não práticas que somente são baseadas na desonestidade e na extrema violência, como as artes marciais mistas, conhecidas como MMA por causa da agressividade dos golpes e sequelas deixadas nas pessoas (ferimentos graves, fraturas, transtornos neurológicos e até mesmo a morte). Pela violência desse esporte, pela forma de vencer lesando o outro, pelas graves sequelas que possivelmente ficam a curto e em longo prazo, podemos afirmar que a prática é imoral.
Há uma obrigação certa para todos nós católicos, do Oriente e do Ocidente: o dever de abrir os olhos para a crescente infiltração das doutrinas contrárias ao catolicismo, inclusive em nossas paróquias. E que sempre antes de fazer algum esporte, questionemos quais valores éticos e cristãos estão presentes? E deixando sempre claro que na casa do Pai há muitas moradas, mas que o único Caminho para nos santificarmos e chegarmos até ela é Jesus Cristo, Nosso Senhor, uma vez que ninguém vai ao Pai senão por Ele (Jo 14, 6).
“Quando se respeita com cuidado o teor religioso e moral do desporto, ele deve entrar na vida do homem como elemento de equilíbrio, de harmonia e de perfeição, e como ajuda eficaz para o cumprimento dos outros deveres. Baseai, portanto, a vossa alegria na prática correta da ginástica e do desporto. Levai para o meio do povo a sua benéfica corrente para que prospere cada vez mais a saúde física e psíquica e se fortifiquem os corpos ao serviço do espírito; acima de tudo, enfim, não esqueçais, no meio da agitada e inebriante atividade esportiva, aquilo que na vida vale mais que todo o resto: a alma, a consciência e, no vértice supremo, Deus”, disse o Papa Pio XII, em novembro de 1952.
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