A Santa Missa, como sabemos, consta de duas grandes partes: Liturgia da Palavra e Liturgia Eucarística, que estão de tal modo unidas entre si que constituem um só ato de culto, no qual a Igreja oferece aos fiéis, para seu ensino e alimento, tanto a mesa da Palavra de Deus como a do Corpo de Cristo (Cf. Sacrosanctum Concilium, 56).
Sobre a Liturgia da Palavra, podemos dizer que a Igreja a herdou da tradição judaica, inspirando-se nas grandes assembleias do Antigo Testamento para a escuta das Sagradas Escrituras (Cf. Ne 8, 1-12) e no culto litúrgico celebrado nas sinagogas, centrado na meditação dos textos bíblicos e na oração dos salmos (Cf. Lc 4, 16-21).
A partir da leitura dos escritos do Novo Testamento, bem como dos testemunhos dos mais antigos escritores eclesiásticos, podemos saber que, desde cedo, a Igreja organizou a sua celebração litúrgica a partir da relação íntima entre a mesa da Palavra e a mesa do Corpo do Senhor: antes de tudo, a Igreja escuta a Palavra de Deus e se deixa evangelizar por ela, para, em seguida, anunciá-la à humanidade fortalecida pela Eucaristia.
:: 15 catequeses do Papa Francisco sobre a Santa Missa
:: Homilia bem preparada e breve
A parte principal da Liturgia da Palavra é constituída pelas leituras da Sagrada Escritura, sendo concluída pela homilia, a profissão de fé (Creio) e a oração universal. De fato, por meio das leituras bíblicas, comentadas pela homilia, Deus fala ao nosso coração, revela-nos o mistério da Salvação e nos oferece alimento espiritual.
Pelo silêncio e pelos cantos, assimilamos a Palavra de Deus e a ela aderimos pela profissão de fé; alimentados e iluminados por essa Palavra, rezamos na oração universal pelas necessidades de toda a Igreja e pela salvação do mundo inteiro:
“A Igreja venerou sempre as divinas Escrituras como venera o próprio Corpo do Senhor, não deixando jamais, sobretudo na sagrada Liturgia, de tomar e distribuir aos fiéis o pão da vida, quer da mesa da palavra de Deus, quer da do Corpo de Cristo” (Dei Verbum, 21).
No presente artigo, vamos conhecer a origem, o significado e a importância da homilia na celebração litúrgica que é, também, um elemento tomado pela Igreja do culto celebrado pelos judeus nas sinagogas. A palavra homilia, em grego, significa ter uma conversa familiar, podendo ser definida, à luz disso, como uma exortação daquele que preside a celebração que leve a assembleia à prática daquilo que ouviu, para que atualize, na própria existência, a Palavra de Deus proclamada nas leituras bíblicas.
Na Instrução Geral do Missal Romano lemos que a homilia é a explicação de algum aspecto das leituras da Sagrada Escritura ou da Missa do dia, que leve em conta tanto o mistério celebrado, como as necessidades particulares dos ouvintes, devendo ser proferida pelo próprio sacerdote que preside a celebração, por um sacerdote concelebrante ou, ainda, ocasionalmente, por um diácono.
Aos domingos e festas de preceito deve ser proferida, não podendo ser omitida, a não ser por motivo grave. Porém, é igualmente recomendada nos demais dias, sobretudo nas semanas do Advento, Quaresma e Páscoa, como, ainda, nas ocasiões em que o povo acorre à Igreja em maior número. O Missal Romano recomenda, ainda, que, após a homilia, seja guardado um momento de silêncio para a meditação pessoal (Cf. Instrução Geral do Missal Romano, 65-66).
Muito oportunas são as palavras do Papa Francisco acerca da homilia: “A homilia não pode ser um espetáculo de divertimento, não corresponde à lógica dos recursos midiáticos, mas deve dar fervor e significado à celebração. É um gênero peculiar, já que se trata de uma pregação no quadro duma celebração litúrgica; por conseguinte, deve ser breve e evitar que se pareça com uma conferência ou uma lição” (Evangellii Gaudium, 138).
Ela é, na verdade, um diálogo familiar entre o pastor e seu rebanho — não um “sermão”, uma “aula de teologia”, um “show de humor” ou momento para “puxar a orelha” da comunidade — a fim de que, tanto um quanto outro, vivam sempre de acordo com a fé que professam.
Saibamos aproveitar bem o momento da homilia. Por meio dela, somos conduzidos a uma maior compreensão das Sagradas Escrituras; por meio dela, nossa alma se abre para que acolhamos em nós o Cristo, que é a própria Palavra de Deus (Cf. Jo 1, 14), por meio dela somos levados a dar graças a Deus pelas maravilhas que Ele continuamente realiza; por meio dela, por fim, nossa fé é alimentada para que saibamos transformá-la em atitude no dia a dia.
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