Para refletirmos sobre esta dúvida, é necessário recorrer ao Direito Canônico nos cânones 705, 706 e 707 que fala dos religiosos promovidos ao Episcopado.

Leia MaisQual a diferença entre padre diocesano e padre religioso?A escolha de um sacerdote para o Ministério Episcopal é feita pelo Papa. Por isso, um sacerdote religioso, ao ser eleito bispo, e ao ter aceitado a nomeação, deixa seus compromissos como religioso e passa a estar a serviço da Santa Sé.

Ele deixa suas obrigações enquanto membro de sua família religiosa, mas não pede dispensa de seus votos religiosos. Ele continua membro do seu instituto, mas está sujeito unicamente ao Papa.

Eleito bispo, ele deve residir na Diocese que lhe foi confiada para seu trabalho pastoral, e toda sua ação deverá estar voltada à assistência dos fiéis que residem em sua diocese, em sua Igreja Particular. Pela consagração episcopal, o Bispo recebe, juntamente com o múnus de santificar, o múnus de ensinar e governar (Cân. 375).

Victor Hugo Barros

Quando o bispo completa 75 anos de idade, ele apresenta ao Papa seu pedido de renúncia ao governo de sua diocese, conforte diz o Cânon 401. Aceita sua renúncia pelo Sumo Pontífice, ele passa a ser bispo emérito, e como bispo emérito ele pode ficar morando na Diocese ou voltar a morar na comunidade religiosa de sua congregação, porém não tem mais direito a voz ativa ou passiva nos capítulos da Congregação e nem pode assumir cargos, como por exemplo: provincial, superior de comunidade, conselheiro, etc.

Como bispos de uma Diocese, eles continuam usando ao final do nome a abreviação da Ordem ou Congregação Religiosa de sua origem, até mesmo porque o bispo traz para sua ação pastoral a espiritualidade que ele bebeu do carisma de sua congregação.

Por isso, não seria correto dizer bispos religiosos, mas sim, bispos que vieram uma Congregação ou Ordem Religiosa, mas que, enquanto estão à frente da administração de uma Diocese, eles são bispos diocesanos.

Padre Lucas testemunha sobre o seu chamado a ser Sacerdote