A resposta a esta pergunta é negativa. Não são a mesma coisa.
O Catecismo ensina que, para a Igreja Católica, o purgatório é a “purificação final dos eleitos” (Catecismo §1031). O que o Catecismo quer dizer com isso? Em primeiro lugar, que o purgatório é uma experiência dolorosa de purificação de pecados e suas consequências que não foram purificadas em vida, e que permanecem na pessoa após a sua morte. Pecados e consequências do pecado que, porém, não foram razões suficientes para levá-la à condenação eterna.
Ao dizer que é dos “eleitos”, o Catecismo ensina que quem passar pelo purgatório já goza da boa notícia de sua própria salvação, ou seja, sabe de que gozará da comunhão com Deus, seus anjos e santos, na vida eterna. Portanto, se por um lado significa uma experiência de dor na purificação, passar pelo purgatório é experimentar, de alguma maneira, a certeza gozosa da própria salvação.
Já em relação ao limbo, o Catecismo da Igreja Católica não faz referência direta. Foi a Comissão Teológica Internacional – que depende da Congregação para a Doutrina da Fé – que em 2007 publicou um documento onde afirma que o ensinamento tradicional entendia o limbo “como estado no qual as almas das crianças que morrem sem Batismo não mereciam o prêmio da visão beatífica, por causa do pecado original, mas não sofriam nenhuma punição, dado que não tinham cometido pecados pessoais” (Documento Esperança da Salvação para as Crianças que morrem sem Batismo, nota preliminar)
Leia MaisO que é purgatório?O documento da Comissão lembra que esta teoria nunca esteve entre as definições dogmáticas da Igreja e que, mesmo tendo sido citada em alguns textos do Magistério, ela permaneceu sempre como apenas uma hipótese teológica, pois não encontra fundamento explícito na Sagrada Revelação.
A partir do Catecismo da Igreja Católica, publicado em 1992, a Igreja tem ensinado que as crianças falecidas sem o Batismo são confiadas à misericórdia de Deus e ao primado de Cristo e sua graça, cuja força de amor permite esperar com confiança de que exista uma via de salvação para elas.
Veja a seguir a conclusão do documento:
“A conclusão do estudo é que existem razões teológicas e litúrgicas para motivar a esperança de que as crianças que morrem sem Batismo possam ser salvas e introduzidas na bem-aventurança eterna, embora não exista um ensinamento explícito da Revelação sobre este problema. Nenhuma das considerações que o texto propõe para motivar uma nova abordagem da questão pode ser adotada para negar a necessidade do Batismo nem para retardar o rito da sua administração”. (Documento Esperança da Salvação para as Crianças que morrem sem Batismo, nota preliminar).
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