Encontramos na Gaudium et spes, nº 10, o seguinte:
“Na verdade, os desequilíbrios de que sofre o mundo atual estão ligados com aquele desequilíbrio fundamental que se radica no coração do homem. Porque no íntimo do próprio homem, muitos elementos se com batem.
Enquanto, por uma parte, ele se experimenta, como criatura que é multiplamente limitado, por outra sente-se ilimitado nos seus desejos, e chamado a uma vida superior. Atraído por muitas solicitações, vê-se obrigado a escolher entre elas e a renunciar a algumas. Mais ainda, fraco e pecador, faz muitas vezes aquilo que não quer e não realiza o que desejaria fazer”.
Leia MaisÉ pecado ficar inadimplente? Como lidar com nossas finanças?Podemos pedir o perdão dos pecados das almas do Purgatório?A raiz dos males no mundo e no interior do homem está no pecado. Porém, é fácil ir cedendo à inconsciência, ao esquecimento de nosso pecado, a essa insensibilidade que vamos construindo dia a dia.
O pecado explica minha situação de ruptura, e sem a consciência do pecado não posso compreender minha realidade plenamente.
O relato do Pecado Original (Gn 3, 1-15) nos ajuda a aprofundar mais na pergunta “por que estou assim?”, pois mostra a situação do Homem antes do pecado, a ação do demônio e a dinâmica de autoengano que se oculta no mau emprego da liberdade, instigado pelo maligno.
Vemos, nesta dinâmica, a maneira como opera permanentemente o pecado em todos os homens. Nela podemos ver como começa o diálogo (Gn 3,1b), como uma cilada e, posteriormente, a resposta do Homem (Gn 3, 2-3); a proposta de desobediência (Gn 3, 4-5); a mentira: “Não, Não morrereis”, “é bom para comer”, “de agradável aspecto” e “mui apropriado para abrir a inteligência”; a desobediência em si (Gn 3,6a).
A razão foi vencida pela fantasia, por uma falsa ilusão. O mal com aparência de bem. Finalmente o mal se difunde gerando no ser humano quatro rupturas: com Deus, consigo mesmo, com os irmãos e com a natureza.
O núcleo do pecado está, contudo, em pretender alcançar essa grandeza separados de Deus e fora de seu Plano, rompendo com nossa dependência que brota da participação com Ele e n'Ele.
Finalmente, encontramos no Catecismo da Igreja Católica, nº. 389:
“A doutrina do pecado original é, por assim dizer, o reverso da Boa Notícia de que Jesus é o Salvador de todos os homens, de que todos têm necessidade da salvação e de que a salvação é oferecida a todos graças a Cristo”.
Padre Reinaldo Beijamim e Irmão Afonso Murad falam sobre Nossa Senhora livre do pecado original
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