Diferente da liturgia oficial — composta pela Missa, sacramentos, e ofícios como a Liturgia das Horas — as celebrações paralitúrgicas são ritos devocionais que não pertencem ao cerne da liturgia sacramental.
No entanto, elas são reconhecidas e incentivadas pela Igreja como formas legítimas de oração comunitária. Exemplos incluem bênçãos, procissões, orações comunitárias como o Terço e as novenas, além de momentos de adoração eucarística que não envolvem a celebração da Missa.
De acordo com o documento “Sacrosanctum Concilium”, Constituição sobre a Sagrada Liturgia do Concílio Vaticano II, as celebrações paralitúrgicas são recomendadas quando bem orientadas, pois “são preciosas oportunidades para aprofundar a fé, nutrir a piedade e ajudar na vida espiritual dos fiéis” (SC, n. 13).
A Igreja reconhece que as formas de oração popular e de piedade, incluindo as celebrações paralitúrgicas, possuem grande valor espiritual. O Papa João Paulo II, na exortação apostólica “Vicesimus Quintus Annus”, recordou que “as formas de piedade popular, quando corretamente orientadas, servem como uma preciosa ajuda para a oração litúrgica”.
A Instrução Geral sobre o Missal Romano também reafirma o lugar dessas celebrações na vida dos fiéis, desde que estejam em sintonia com os princípios da liturgia.
Um exemplo prático de celebração paralitúrgica é a novena em honra a Nossa Senhora Aparecida, realizada no Santuário Nacional. Esta novena, que antecede a Festa da Padroeira do Brasil no dia 12 de outubro, é um momento de profunda oração comunitária, reflexão e devoção mariana.
A novena segue um formato típico de celebração paralitúrgica. Em cada dia, os fiéis se reúnem para refletir sobre um tema específico relacionado a Nossa Senhora Aparecida e sua intercessão, através de orações, cânticos, e meditações que guiam a comunidade no aprofundamento da fé.
Apesar de não ser uma celebração sacramental, como a Missa, a novena é um espaço privilegiado de encontro com Deus e a Mãe Aparecida, alimentando a espiritualidade e a esperança dos peregrinos que se unem nessa devoção.
O documento do Pontifício Conselho para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes, “A Piedade Popular e a Liturgia”, destaca que as devoções, como as novenas, ajudam os fiéis a “intensificar o seu relacionamento com Deus e com a Virgem Maria, tornando-se um impulso para a caridade e a vida moral” (n. 13).
As celebrações paralitúrgicas como a Novena de Nossa Senhora Aparecida são expressões da piedade popular, uma característica valorizada pela Igreja, como ensina o Papa Francisco na exortação apostólica “Evangelii Gaudium”:
“A piedade popular é uma autêntica expressão da ação missionária espontânea do Povo de Deus. Ela é parte da ‘cultura dos pobres’, um tesouro da Igreja”.
Assim, a novena, mesmo não sendo parte da liturgia oficial, é um importante caminho de evangelização e vivência da fé, especialmente no contexto de grandes festas marianas como a de Nossa Senhora Aparecida.
A celebração paralitúrgica é uma forma essencial de manter viva a fé, nutrir a devoção e aproximar os fiéis da espiritualidade.
A novena em honra a Nossa Senhora Aparecida é um exemplo claro de como a piedade popular, quando bem orientada, pode servir de poderosa ferramenta de evangelização e encontro com Deus, especialmente em grandes momentos celebrativos da Igreja.
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Fonte: Secretariado Nacional de Liturgia (Portugal)
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