A palavra “dízimo” vem do termo que significa “décima parte” e, na Bíblia, representa a prática de ofertar a Deus uma parte dos frutos da terra como sinal de gratidão.
A prática do dízimo remonta ao Antigo Testamento, onde cada família ofertava dez por cento dos produtos da terra ao Templo como uma forma de gratidão e adoração a Deus. Essa contribuição era usada para manter o templo, apoiar o sustento dos sacerdotes e servir às necessidades da comunidade religiosa.
No livro de Malaquias, encontramos o convite de Deus aos fiéis a confiarem na generosidade divina:
“Pagai integralmente os dízimos ao tesouro do templo, para que haja alimento em minha casa. Fazei a experiência — diz o Senhor dos exércitos — e vereis se não vos abro os reservatórios do céu e se não derramo a minha bênção sobre vós muito além do necessário” (Ml 3,10).
A Igreja considera o dízimo como uma contribuição importante para o sustento da comunidade e da missão evangelizadora. No Brasil, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) define o dízimo como “uma contribuição sistemática e periódica dos fiéis, por meio da qual cada comunidade assume, corresponsavelmente, sua sustentação e a da Igreja” (CNBB, Doc. 106, N.6). Assim, o dízimo é visto não apenas como um ato financeiro, mas como um compromisso de fé e de amor à missão da Igreja.
Diferente de algumas tradições cristãs, que exigem rigorosamente dez por cento da renda, a Igreja Católica não impõe uma taxa fixa para o dízimo. Em vez disso, a contribuição é entendida como um ato voluntário de generosidade e corresponsabilidade.
A prática se alinha ao que São Paulo escreve à comunidade de Corinto: “Dê cada um conforme o impulso do seu coração, sem tristeza nem constrangimento. Deus ama quem dá com alegria” (2Cor 9,7). Dessa forma, o dízimo é um convite àqueles que se sentem comprometidos com a Igreja, permitindo que contribuam livremente, de acordo com suas possibilidades.
A Igreja convida todos os fiéis que participam de sua vida e que possuem uma fonte de renda a contribuírem como dizimistas. Esse chamado não exclui ninguém: cada fiel é incentivado a participar, ajudando a manter a comunidade e as obras de caridade. Assim, o dízimo se torna um sinal de pertencimento e um testemunho de solidariedade.
Mais do que uma obrigação, o dízimo é um convite a expressar gratidão e a apoiar a missão da Igreja. Ele sustenta não apenas as estruturas da Igreja, mas também suas ações missionárias, caritativas e pastorais, que dependem da generosidade de cada um. Com o dízimo, os fiéis participam ativamente da construção de uma Igreja viva e solidária.
Contribuir com o dízimo é uma oportunidade de manifestar que cada um de nós é uma “pedra viva” da Igreja, fazendo nossas as suas necessidades e colaborando com seu sustento e sua missão de anunciar o Evangelho de Cristo.
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